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Nobel de Medicina: Yamanaka é considerado "pai" das células iPS

8 out 2012 - 08h36
(atualizado às 11h03)
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O médico japonês Shinya Yamanaka, agraciado nesta segunda-feira com o Nobel de Medicina, é considerado o "pai" das chamadas células iPS, que possuem a capacidade de se transformar em qualquer tipo celular especializado. Este especialista em cirurgia ortopédica, de 50 anos, conseguiu gerar em 2006 as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) com características que, até então, os pesquisadores acreditavam que só possuíam as células-tronco embrionárias.

O especialista conseguiu gerar as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) com características que os pesquisadores acreditavam que só possuíam as células-tronco embrionárias
O especialista conseguiu gerar as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) com características que os pesquisadores acreditavam que só possuíam as células-tronco embrionárias
Foto: EFE

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Suas primeiras conquistas chegaram a partir de células adultas obtidas da pele de ratos, e em 2007 conseguiu gerar com sucesso células iPS também a partir de células de pele humana. A descoberta representou uma verdadeira revolução, ao tornar obsoleto o uso de seu equivalente natural, as células-tronco embrionárias - cuja obtenção envolve problemas éticos -, o que lhe valeu numerosos reconhecimentos, entre eles o prestigiado Prêmio Shaw.

Nascido na cidade de Higashi Osaka no dia 4 de setembro de 1962, Yamanaka estudou medicina na Universidade de Kobe e posteriormente fez um doutorado na Universidade de Osaka. Foi no hospital desta cidade, durante sua formação como médico, onde decidiu dedicar-se à pesquisa, o que lhe levaria em 1993 a mudar-se para San Francisco, nos Estados Unidos.

Durante sua estadia nos EUA, no Instituto Gladstone de Doenças Cardiovasculares, descobriu de forma fortuita um gene relacionado com as células-tronco, algo que aplicaria posteriormente em suas pesquisas nesse terreno. Retornou ao Japão em 1996 e, após um tempo como professor assistente em Osaka e no Instituto de Ciência e Tecnologia de Nara, em 2004 se tornou professor na Universidade de Kyoto, onde alcançaria com sua equipe o marco de criar as células iPS em 2006.

Atualmente, é diretor do Centro para Pesquisa e Aplicação de Células iPS da Universidade de Kioto, onde realiza seu trabalho com o objetivo de contribuir ao desenvolvimento da medicina regenerativa.No ano passado, durante uma visita à Espanha para receber o prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento em Biomedicina, confessou que buscou a alternativa de criar células iPS perante o nascimento e crescimento de suas filhas, que lhe lembraram que "qualquer ovinho fecundado pode desenvolver-se e se transformar em um ser humano".

O próprio Yamanaka considera que a pesquisa das células iPS ainda está em seus passos iniciais, já que ainda se deve constatar que são seguras e eliminar os riscos antes de sua aplicação clínica. Em várias ocasiões o cientista japonês criticou as patentes que restringem o uso das novas tecnologias em medicina e sustentou que estas devem ser acessíveis também àqueles com menos recursos.

Ele também realizou várias campanhas para reivindicar maiores recursos financeiros para a pesquisa, uma das mais recentes em março deste ano, quando durante um maratona solidária em Kioto conseguiu obter um fundo de mais de 10 mil euros. Daquela maratona participou o próprio pesquisador que, na qualidade de "embaixador" científico, conseguiu completá-la em 4 horas, 3 minutos e 19 segundos.

Shinya Yamanaka é o primeiro japonês que obtém o Nobel de Medicina desde 1987, quando seu compatriota Susumu Tonegawa o ganhou por seus trabalhos sobre os fundamentos genéticos da formação de anticorpos no organismo.

EFE   
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