Tumor encontrado em neandertal indica origens do câncer
O tumor ósseo mais antigo antes descoberto foi encontrado em múmias egípcias de 4 mil anos; doença atingiu neandertal que viveu há 120 mil anos
Um homem-de-neandertal que viveu há 120 mil anos teve um tipo de câncer comum atualmente, de acordo com o estudo de um fóssil. Uma costela encontrada em uma caverna em Krapina, na Croácia, mostra sinais de um tumor ósseo. A descoberta é a mais antiga evidência já encontrada de um tumor em fósseis humanos, afirmaram cientistas americanos.
O estudo, publicado na revista científica PLOS One, dá pistas sobre a complexa história de câncer em seres humanos. Até então, os primeiros sinais de câncer ósseo foram identificados em múmias egípcias de 1 mil a 4 mil anos atrás.
"É o mais antigo tumor encontrado no registro fóssil humano", afirmou à BBC Mundo o antropólogo David Frayer, coordenador da equipe de pesquisadores dos Estados Unidos. "Isso nos mostra que viver em um ambiente relativamente despoluído não necessariamente protege do câncer, ainda que você seja um neandertal vivendo há 120 mil anos."
História complexa
O fóssil foi descoberto em um importante sítio arqueológico que já rendeu quase 900 antigos ossos humanos, bem como ferramentas de pedra. A costela com câncer é uma amostra incompleta, então o estado geral de saúde do indivíduo com tumor não pode ser estabelecida. O tumor foi diagnosticado por um radiologista através de raios-X e tomografia computadorizada.
Apesar de esforços para extrair DNA antigo de fósseis neandertais terem se provado infrutíferos, os pesquisadores esperam que outros fósseis esclareçam a presença de câncer em seres humanos pré-históricos.
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