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Poluição do ar mata 7 milhões de pessoas por ano, diz OMS

24 mar 2014 - 22h38
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Mais de sete milhões de pessoas morrem por ano no mundo por causa da poluição ambiental, seja dentro ou fora de casa, o que transforma a contaminação do ar no principal risco do meio ambiente para a saúde.

Esta foi a denúncia feita nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que apresentou as últimas estatísticas sobre poluição. Conforme esses dados, uma em cada oito mortes no mundo estão relacionadas com a exposição a ambientes poluídos.

"Os números são surpreendentes, são dramáticos. Isso é um problema que afeta todos, tanto países em desenvolvimento quanto os desenvolvidos. Mas ter esses números já é um primeiro passo positivo, porque nos dá conhecimento para poder atuar e resolver o problema", explicou em entrevista coletiva María Neira, diretora do departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.

Os dados atuais são de estatísticas da mortalidade mundial em 2012. Antes disso, os últimos registros que a agência sanitária das Nações Unidas tinha eram de 2008 e os números de mortes relacionadas com a poluição ambiental eram de 3,5 milhões, exatamente a metade dos revelados agora.

No entanto, María ressaltou que não se deve acreditar que os casos duplicaram em seis anos. É preciso ter em conta que uma nova metodologia e uma nova tecnologia permitiram fazer uma radiografia mais precisa da situação.

Das 7 milhões de mortes, 3,7 milhões são causadas pela poluição ambiental externa. Já 4,3 milhões se devem à poluição interna dos lares, causada, majoritariamente, pela combustão para cozinhar com lenha, carvão e biomassa.

Uma vez que muitas pessoas estão expostas tanto à poluição interior quanto a exterior, as estimativas de mortes não podem ser somadas. Sendo assim, o total estimado de mortes por poluição é arredondado para sete milhões.

Os estudos revelaram que 80% das doenças causadas pela poluição ambiental exterior são doenças cardiovasculares: 40% são ataques do coração e outros 40% são derrames.

Os outros 20% das doenças causadas pela poluição externa são formados pelas: doenças pulmonares crônicas (11%); câncer de pulmão (6%); e infecções respiratórias agudas em crianças (3%).

Sobre a poluição nos lares, as principais doenças que causa são os derrames (34%); ataques do coração (26%); doenças pulmonares crônicas (22%); infecções respiratórias agudas em crianças (12%); e câncer de pulmão (6%).

"A poluição excessiva é frequentemente causa de políticas públicas insustentáveis em setores do transporte, a energia, a indústria e a gestão de resíduos. Em muitos casos, estratégias mais saudáveis também serão mais econômicas em longo prazo graças à economia em despesas em saúde e na melhora do meio ambiente", declarou, por sua vez, Carlos Dora, coordenador de Saúde Pública da OMS.

Das 3,7 milhões de mortes causadas pela poluição ambiental externa, 88% ocorrem em países de baixa e média renda, que representam 82% da população mundial.

As regiões do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático são as que concentram mais casos, com 1,67 milhão de mortes e 936 mil mortes, respectivamente. Outras 236 mil mortes ocorreram no Mediterrâneo Oriental; 200 mil na Europa; 176 mil na África; e 58 mil nas Américas.

As demais mortes ocorreram em países ricos da Europa (280 mil); Américas (94 mil), Pacífico Ocidental (67 mil), e Mediterrâneo Oriental (14 mil).

Quanto à poluição interna nos lares, quase a totalidade das mortes foram registradas em países de baixa e média renda, e apenas 20 mil em nações ricas.

As regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental foram as que mais mortes contabilizaram: 1,69 milhão e 1,62 milhão, respectivamente. Outras 600 mil mortes ocorreram na África; 200 mil no Mediterrâneo Oriental; 99 mil na Europa; e 81 mil nas Américas.

Até o momento, a OMS não possui dados de contaminação por cidades. Contudo, isso poderá ser revelado nos próximos meses, já que a organização está trabalhando em um relatório a respeito.

EFE   
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