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Protestos afetam vendas em festival de carne canina na China

20 jun 2014 - 18h44
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Defensores dos direitos dos animais tiveram uma vitória, nesta sexta-feira, ao afetar as vendas em uma cidade chinesa que celebra um festival anual de carne canina, anunciou um ativista, enquanto a imprensa oficial noticiou que protestos fizeram diminuir a demanda pelo produto.

O festival, previsto para este sábado em Yulin, na região de Guangxi (sul), costuma exibir cães confinados em jaulas lotadas antes de serem mortos e cozidos, mas tem sido alvo da oposição crescente dos ativistas, destacando o pequeno, porém crescente, movimento de defesa dos direitos dos animais na China.

O governo de Yulin declarou que não se envolveria, porque comer cães não é ilegal no país, mas sugeriu que os restaurantes que servem pratos feitos com carne canina cubram o caractere "cão" nas placas para evitar chamar a atenção de pessoas contrárias, reportou a agência oficial de notícias Xinhua.

Membros de 12 grupos chineses de proteção dos animais estão na cidade para monitorar o festival, disse um ativista à AFP, pedindo para não ser identificado por se tratar de um tema sensível.

"Eu sei que o governo não tem a competência para proibir que comam cães", afirmou.

Fotos dos festivais passados mostrando cães em jaulas lotadas e moradores comendo sua carne diante de tigelas fumegantes têm circulado em redes sociais chinesas, o que levou milhares de pessoas a condenar o evento, por considerá-lo cruel.

Dez amantes budistas dos cães celebraram uma cerimônia religiosa na quarta-feira em um mercado que vendia carne canina, continuou o jornal oficial China Daily, acrescentando que outros exibiam cartazes convocando as pessoas a parar de comer carne, enquanto distribuíam panfletos.

Vendedores de carne de cão disseram ao jornal que os protestos acabaram afetando suas vendas.

"Meu avô, meu pai e eu, todos nós vendemos carne de cão. Eu podia vender dúzias de cães por dia nesta época no ano passado, mas vendi apenas alguns este ano", noticiou o jornal, citando Zhou Jian, de 55 anos.

Nos últimos anos, ativistas chineses se lançaram numa série de resgates dramáticos de cães e gatos de caminhões que os levavam para restaurantes.

Amantes de animais resgataram cerca de 500 cães em 2011, depois que um caminhão que transportava os animais foi forçado a parar em uma auto-estrada no leste de Pequim por um motorista que fechou o veículo com seu carro e, então, usou a internet para alertar ativistas dos direitos dos animais.

A China atualmente não tem qualquer lei de proteção de animais não ameaçados de extinção.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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