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Próxima pandemia pode ser mais letal, diz criadora de vacina contra covid

Sarah Gilbert defende que mais financiamento é necessário para a preparação para uma pandemia de forma a evitar que os avanços feitos sejam perdidos.

6 dez 2021 - 09h38
(atualizado em 7/12/2021 às 04h34)
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Sarah Gilbert defende que mais financiamento é necessário para a preparação para uma futura pandemia
Sarah Gilbert defende que mais financiamento é necessário para a preparação para uma futura pandemia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Futuras pandemias podem ser mais letais do que a atual crise da covid, advertiu uma das criadoras da vacina Oxford-AstraZeneca.

A professora Sarah Gilbert disse que é necessário mais financiamento para a preparação para uma pandemia de forma a evitar que os avanços feitos sejam perdidos.

Na ocasião, ela também alertou que as vacinas podem ser menos eficazes contra a variante ômicron. E acrescentou que as pessoas devem ser cautelosas até que se saiba mais sobre o assunto.

"Esta não será a última vez que um vírus ameaçará nossas vidas e meios de subsistência. A verdade é que o próximo pode ser pior. Pode ser mais contagioso, ou mais letal, ou ambos", disse a cientista.

"Não podemos permitir uma situação em que passamos por tudo o que passamos e depois descobrirmos que as enormes perdas econômicas que sofremos significam que ainda não há financiamento para a preparação para uma pandemia", afirmou. "Os avanços que fizemos e o conhecimento que adquirimos não devem ser perdidos."

Falando sobre a variante ômicron, ela disse que a proteína spike continha mutações conhecidas por aumentar a transmissibilidade do vírus.

"Mas há mudanças adicionais que podem significar que os anticorpos induzidos pelas vacinas, ou pela infecção com outras variantes, podem ser menos eficazes na prevenção da infecção pela ômicron", disse. "Até que saibamos mais, devemos ser cautelosos e tomar medidas para desacelerar a disseminação dessa nova variante."

No entanto, Gilbert apontou que a proteção reduzida contra infecções e doenças leves não significaria necessariamente proteção reduzida contra doenças graves e morte.

Ela também pediu que o rápido progresso observado na distribuição de vacinas e medicamentos durante a pandemia se tornasse a norma.

Gilbert começou a desenvolver uma vacina contra o coronavírus no início de 2020, quando a covid foi identificada pela primeira vez na China.

A vacina Oxford-AstraZeneca é agora a mais utilizado em todo o mundo, com doses enviadas para mais de 170 países.

A fala da cientista foi feita na 44ª Palestra Richard Dimbleby. O evento, que leva o nome do falecido apresentador Richard Dimbleby, apresenta palestrantes influentes da academia, artes e negócios e da Família Real.

Ômicron no Brasil

Após Alfa, Beta, Gama e Delta, ômicron entra na lista das variantes de preocupação do coronavírus mantida pela OMS
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Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A ômicron foi encontrada em cerca de 40 países até agora — incluindo o Brasil.

Detectada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro, essa nova versão do agente infeccioso vem chamando a atenção de especialistas pela quantidade e pela variedade de mutações genéticas.

Assim como em outros países, a terceira dose — ou dose de reforço — da vacina contra a covid-19 está sendo ofertada no Brasil.

Em meados de novembro, o Ministério da Saúde anunciou que todos os brasileiros com mais de 18 anos estão aptos a tomar uma terceira dose da vacina que protege contra a covid-19.

Até aquele momento, o reforço acontecia após seis meses e só era indicado para indivíduos com mais de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimidos (pessoas com problemas no sistema imunológico).

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