Quadrilha limpa tumbas e revende túmulos em Nápoles
Esquema incluía até um oficial de cartório que emitia certificados falsos de propriedade
A polícia italiana prendeu uma quadrilha que retirava os restos mortais de túmulos pouco visitados de um cemitério no sul do país e vendia os jazigos a outras pessoas.
Com a ajuda de empregados do cemitério de Poggioreale, na cidade de Nápoles, os bandidos localizavam túmulos que já não eram visitados há vários anos.
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Eles retiravam os restos mortais e as inscrições com os nomes dos mortos e "vendiam" o jazigo para outras famílias, que pensavam estar comprando o túmulo da própria administração do cemitério.
O esquema incluía até um oficial de cartório que emitia certificados falsos de propriedade. São acusados de envolvimento também funcionários de duas empresas funerárias.
No total, 11 pessoas foram presas pela polícia. O destino dos restos mortais retirados pelos criminosos ainda é desconhecido.
Venda online
Os túmulos eram oferecidos em sites na internet e custavam até 800 mil euros, o equivalente a R$ 2,8 milhões.
Alguns deles eram estruturas grandes e incluíam até pequenas capelas. Várias tumbas de família "recicladas" pelos bandidos datam do século 19 e não podem ser vendidas nem legalmente.
Quadrilha retirava restos mortais de túmulos pouco visitados e vendia jazigos a outras pessoas
O esquema veio à tona quando membros de uma família dona de um túmulo no local foram visitar o cemitério depois de muito tempo e encontraram outros nomes no lugar.
A família não quis se pronunciar sobre o assunto, mas a polícia diz que o ocorrido foi um choque para as pessoas envolvidas.
Andrea De Giacomo, responsável pelos cemitérios de Nápoles, disse que a administração desconhecia o mercado ilegal de túmulos e que sua descoberta foi uma grande surpresa.
Poggioreale, fundado em 1837, é o principal cemitério da cidade de Nápoles e um dos maiores de toda a Europa.