Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Ratos de resgate podem salvar vidas ao farejar pessoas em escombros

ONG baseada na Tanzânia treina ratos para detectar minas terrestres desde 1998, e agora quer utilizá-los para procurar pessoas soterradas após terremotos

8 jul 2022 - 17h30
(atualizado às 20h39)
Compartilhar
Exibir comentários

Uma equipe de cientistas baseada na Tanzânia vem treinando ratos para ajudar com seu faro em toda sorte de problemas, como detectar minas terrestres e encontrar pessoas presas em escombros após tragédias.

Eles participam de uma organização não-governamental (ONG) chamada APOPO (Anti-Persoonsmijnen Ontmijnende Product Ontwikkeling, ou, em português, "Desenvolvimento de Produtos para Remoção de Minas Terrestres Anti-Pessoais"), e já treinaram os bichinhos para farejar tuberculose e até mesmo dirigir carros.

Os ratos têm um faro tão poderoso quanto o dos cachorros, mas seu tamanho reduzido os torna ideais para ações que os caninos não conseguiriam fazer, como entrar em frestas nos escombros ou pisar em minas terrestres sem ativá-las, por serem leves e pequenos demais. Para os trabalhos, os cientistas utilizam o rato-gigante-africano (Cricetomys ansorgei). Todo o esforço visa ajuda humanitária.

Reforçando ratinhos

O treinamento dos roedores é feito através de reforço positivo baseado em uma sequência de comportamentos: o objetivo deles é encontrar humanos, indicar que foram encontrados e voltar ao local de onde foram soltos. Para começar, os bichinhos ficam em uma sala vazia pequena, que aumenta para comportar a complexidade do treinamento. Destroços também podem ser adicionados para simular um ambiente realista onde uma construção caiu, por exemplo.

Foto: Mx. Granger/Domínio Público / Canaltech

Ao encontrar a pessoa, o ratinho avisa puxando uma bola presa à roupa de resgate que veste. Como puxar a bola não é um comportamento natural, os animais precisam ser treinados: ao terem as vestes postas, os roedores — naturalmente curiosos — investigam a bola, e o comportamento de puxá-la é reforçado com recompensas. O objetivo é fazê-los entender que serão recompensados após puxar a bola por dois ou três segundos.

Como não será possível ver ou ouvir os ratos em meio aos escombros, engenheiros colaboraram com a equipe para desenvolver uma pequena mochila com um transmissor, que notifica os cientistas quando a bolinha é puxada. Os ratos, é claro, são treinados para encontrar pessoas vivas — já que, no treinamento, não é possível utilizar cadáveres.

Cães conseguem notar a diferença entre vivos e mortos de 3 a 4 horas após a morte, e sabemos que o cheiro é, de fato, diferente. Tão diferente que não é um problema não poder treinar os roedores nesse caso: eles devem ir apenas até as pessoas vivas em meio aos destroços, as que mais precisam de cuidado imediato.

O treinamento dos animais começou em agosto de 2021, e desde então o objetivo tem sido realizar testes fora do ambiente de pesquisa. Um grupo de resgate chamado GEA (Gaia, em referência à deusa mitológica da Mãe Terra), da Turquia, trabalha em parceria com a APOPO: o país tem grande incidência de terremotos, e, caso um deles aconteça, os ratos poderão ser usados para resgatar as vítimas.

A ONG vem trabalhando na pesquisa com minas terrestres desde 1998, com os primeiros testes operacionais acontecendo em 2003 e 2004. Para a detecção de tuberculose, a pesquisa começou em 2003, e os ratos começaram a operar em 2007.

Fonte: Science Focus

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade