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Satélite europeu disponibiliza imagens da Terra para todos

14 dez 2015 - 11h52
(atualizado às 12h28)
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O delta do rio Okavango, em Botswana, na África, se torna um oásis nesta época do ano pelo efeito de fortes chuvas. As dunas de Kalahari aparecem à esquerda em colaração rosa
O delta do rio Okavango, em Botswana, na África, se torna um oásis nesta época do ano pelo efeito de fortes chuvas. As dunas de Kalahari aparecem à esquerda em colaração rosa
Foto: ESA

O Sentinel-2a, novo satélite de observação da União Europeia, entrou em operação. Usuários podem agora, mediante um registro simples na internet, baixar qualquer imagem do planeta.

O satélite, que estava em teste desde seu lançamento, em junho, registra imagens da superfície em luz comum e infravermelha.

Suas imagens serão usadas por pesquisadores para acompanhar uma série de situações, do crescimento das megalópoles ao desenvolvimento das principais culturas de alimentos do mundo. Outro emprego promissor será em estudos climáticos.

A cidade de Swakopmund está coberta por nuvens na imagem, mas as dunas do deserto da Namíbia estão visíveis. O Sentinel-2a irá operar também com uma plataforma adicional, permitindo maior chance de observações diretas do solo
A cidade de Swakopmund está coberta por nuvens na imagem, mas as dunas do deserto da Namíbia estão visíveis. O Sentinel-2a irá operar também com uma plataforma adicional, permitindo maior chance de observações diretas do solo
Foto: ESA

A política de dados abertos da União Europeia permite que qualquer pessoa possa baixar e manipular as imagens do Sentinel.

E diferentemente de registros de satélites especializados, que são de difícil interpretação, as imagens coloridas do Sentinel-2a são simples.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que controla o satélite, espera uma grande demanda pelas imagens.

Milhares de pessoas já se registraram para fazer downloads do Sentinel - a maioria estava interessada nos registros mais complexos de radar produzidos por outro equipamento da mesma família, o Sentinel-1a.

"Esperamos que a procura por dados do Sentinel supere todos os precedentes. Já está sendo algo nunca visto. Nunca tivemos tantos downloads", afirmou Volker Liebig, diretor de Observação da Terra na ESA.

O trabalho do Sentinel foi apresentado durante a Conferência do Clima de Paris, cidade retratada na imagem
O trabalho do Sentinel foi apresentado durante a Conferência do Clima de Paris, cidade retratada na imagem
Foto: ESA

"É difícil estimar qual será a demanda para o Sentinel-2a, mas certamente será em petabytes." Um petabyte equivale a aproximadamente a 200 mil DVDs.

Imagens óticas (basicamente aquelas que podemos ver) são a pedra fundamental da observação da Terra, e aparecem cada vez mais em aplicativos móveis e na internet.

Um grande sucesso nessa área é a série do programa americano Landsat, que há mais de 40 anos fornece um registro contínuo das mudanças do planeta.

Incêndios florestais em Kalimantan, na Indonésia, responsáveis por problemas de poluição no Sudeste Asiático neste ano
Incêndios florestais em Kalimantan, na Indonésia, responsáveis por problemas de poluição no Sudeste Asiático neste ano
Foto: ESA

O Sentinel-2a terá um papel complementar ao Landsat, mas com maior capacidade - o que explica a estimativa de alta procura pelas imagens.

Os instrumentos do 2a são sensíveis a um maior número de espectros de luz, permitindo o discernimento de mais informações sobre a superfície. Também irão cobrir uma faixa maior de solo (290 km contra 185 km no Landsat). Suas imagens coloridas possuem ainda uma resolução de dez metros, contra 30 metros do sistema americano.

O Sentinel-2a ainda não opera em plena capacidade, mas especialistas avaliam que os primeiros registros já cumprem as expectativas de qualidade.

Bianca Hoersch, da ESA, diz que ajustes de qualidade estão em curso, e que o download de um registro de 5 GB deverá demorar menos de dez minutos.

Quem planeja baixar imagens do satélite deverá ter memória suficiente no computador, pois os arquivos são pesados.

O próximo satélite da família Sentinel a ser lançado dentro do bilionário programa Copernicus da União Europeia é o 3a. O foco desse equipamento, que deverá ser lançado no próximo mês, será os oceanos.

O Sentinel-2a integra uma série de sensores da União Europeia e é gerenciado pela agência espacial do bloco
O Sentinel-2a integra uma série de sensores da União Europeia e é gerenciado pela agência espacial do bloco
Foto: ESA
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