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Sons não lineares são os "segredos científicos" dos filmes de terror

Conhecidas por sons não lineares, as ondas sonoras caracterizadas pela amplitude alta "assustam" o cérebro e são muito utilizadas nos filmes de terror

1 nov 2023 - 14h52
(atualizado às 18h13)
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Até mesmo os filmes de terror utilizam da ciência. No caso, estamos falando de uma das técnicas para fazer com que os espectadores sintam medo e se assustem: os sons não lineares. Na prática, eles desafiam as expectativas sobre o que está por vir e o ser humano evoluiu para temer porque muitas vezes significam que algo ruim está para acontecer.

Foto: Melanie Wasser/Unsplash / Canaltech

Sons não lineares são ondas sonoras caracterizadas pela amplitude excepcionalmente alta e volume significativamente maior quando comparados a outros tipos de sons. Geralmente contêm mudanças abruptas de frequência, harmonias fora do padrão ou elementos de ruído, e fazem com que a atenção ou humor mude quase imediatamente.

Os pesquisadores revelam que o cérebro evoluiu para reconhecer a anormalidade dos sons não lineares, permitindo reagir rapidamente a potenciais perigos. Essa resposta é chamada pela comunidade científica de "reflexo de sobressalto acústico", e ocorre em milissegundos. O reflexo de pode ser observado até mesmo em recém-nascidos.

Conforme descrevem os estudos da área, o próprio cérebro não sabe o que está acontecendo até que essa reação aconteça. Acontece que nossos ancestrais tinham motivos para temer sons não lineares que se estendessem além da capacidade normal das cordas vocais, por causa dos perigos em potencial.

Sons não lineares são os "segredos científicos" usados nos filmes de terror (Imagem: halfpoint/envato)
Sons não lineares são os "segredos científicos" usados nos filmes de terror (Imagem: halfpoint/envato)
Foto: Canaltech

Em estudos anteriores, foi levantada a hipótese de que quando exposto a sons não lineares, o cérebro e o corpo podem reagir com uma onda de adrenalina e cortisol, juntamente com a respiração rápida, uma resposta fisiológica ao medo. Além disso, o aumento do fluxo de adrenalina eleva a frequência cardíaca e causa a dilatação dos vasos sanguíneos.

Esses sons não lineares estão presentes na trilha dos filmes de terror, sob a premissa de trazer o medo usando por meio de acordes musicais simples, amplificando harmonias incomuns e manipulando frequências.

De onde vem o medo?

Em 2022, cientistas identificaram neurônios que dão origem ao medo. O estudo publicado na Cell Reports partiu da teoria de que os neurônios que fazem uso de uma molécula chamada peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) desempenham um papel importante no processamento dessa emoção.

Segundo essa teoria, os neurônios agem juntamente com o "centro do medo" do cérebro: a amígdala.

Os cientistas registraram a atividade de 160 neurônios CGRP, e descobriram que a maioria aumentava sua atividade quando o rato era confrontado com sons, sabores, cheiros, sensações e pistas visuais ameaçadoras.

Também em 2022, pesquisadores descobriram uma proteína diretamente ligada à ativação do medo no cérebro. A redução dos níveis de uma proteína chamada PRDM2 pode contribuir para esse sentimento. Ela é mais presente no córtex pré-frontal dorsomedial (dmPFC), onde silencia os genes modificando-os quimicamente.

Assim, é válido supor que os sons não lineares que ocorrem durante os filmes de terror são responsáveis por produzir essas reações científicas. Pouco a pouco, estudos desvendam os mistérios do cérebro e do medo.

Fonte: NPR, The Journal of Neuroscience, Biology Letters

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