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2016 é ano mais quente da história; mar tem degelo recorde

20 dez 2016 - 11h35
(atualizado às 17h12)
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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) reconheceu nesta terça-feira que 2016 será o ano mais quente até o momento com temperaturas que superam em 1,2 graus os registros pré-industriais, segundo estimativas com dados até novembro.

O ano "2016 será provavelmente o ano mais quente desde meados de 1880", afirmou a porta-voz da organização, Clare Nullis, em entrevista coletiva em Genebra.

A OMM também confirmou que a temperatura da superfície oceânica e terrestre alcançou máximos históricos entre janeiro e novembro, chegando a superar em quase um grau centígrado a temperatura média do século XX.

Guarda Costeira dos Estados Unidos recupera suprimentos soltos por pára-quedas no Oceano Ártico
Guarda Costeira dos Estados Unidos recupera suprimentos soltos por pára-quedas no Oceano Ártico
Foto: Kathryn Hansen / Nasa via Reuters

A temperatura média de 2016 ultrapassa em 0,07 graus a média do mesmo período de 2015, o ano que marcou o anterior recorde de maiores temperaturas, segundo o Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, a Administração de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA) e o Serviço Para a Mudança Climática de Copernicus.

Nullis apontou para a importância do El Niño, um fenômeno natural, originado em águas do Pacífico e de um poder destrutivo que pode provocar desde inundações até secas, que provocou um aumento significativo da temperatura no começo do ano.

As águas do mar de Bering, do sudeste e do oeste do Pacífico, do Atlântico mais próximo ao Golfo do México, e do sudeste do Oceano Índico que rodeia as nações insulanos da Ásia e Oceania registraram recordes de temperaturas.

Além disso, as temperaturas no Ártico e a Antártica foram especialmente altas e, por isso, os níveis de gelo marinho foram "excepcionalmente baixos".

"O Ártico se aquece o dobro mais rápido que a média global", revelou um relatório realizado por NOAA, que também ressaltou que as consequências do degelo serão latentes em outras partes do planeta.

"O que acontece no Polo Norte e o Polo Sul não fica somente lá, mas afeta os padrões climáticos e os níveis do mar em outras partes do mundo", lembrou, na mesma linha, a OMM.

Os estudos científicos realizados seguem provando o vínculo entre as condições meteorológicas extremas e a atividade humana.

Imagem aérea do lago Jindabyne, na Austrália
Imagem aérea do lago Jindabyne, na Austrália
Foto: David Gray / Reuters

A crescente intensidade das ondas de calor no mundo, o mínimo histórico de gelo marítimo no Ártico de março de 2015 ou a "extraordinária" extensão e duração dos incêndios não provocados no Alasca são alguns dos muitos fenômenos meteorológicos em 2015 que os cientistas relacionaram diretamente com o aumento de gases estufa.

Apesar destes números, Nullis ressaltou que 2016 foi um ano notável para o clima, principalmente pela entrada em vigor do Acordo de Paris, que obriga às partes signatários a manter o aumento da temperatura global abaixo dos dois graus.

Uma estrada de terra pode ser vista em uma área de floresta onde as árvores foram recentemente cortadas, localizadas na Austrália.
Uma estrada de terra pode ser vista em uma área de floresta onde as árvores foram recentemente cortadas, localizadas na Austrália.
Foto: David Gray / Reuters
EFE   
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