Teoria de 100 anos sobre origem da Pedra do Altar de Stonehenge estava errada
Análises geoquímicas e minerais de Stonehenge mostram que suas pedras podem ter vindo de locais mais distantes do que se pensava — do norte inglês à Escócia
A chamada Pedra do Altar de Stonehenge pode ter vindo de muito mais longe do que se acreditava, segundo uma nova pesquisa. Ao invés do vizinho País de Gales, é possível que o material para sua construção tenha vindo do norte da Inglaterra ou até mesmo da Escócia. A descoberta vem desafiar um consenso acadêmico sobre o tema que durou cerca de 100 anos.
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O geólogo britânico Herbert Henry Thomas publicou, em 1923, uma análise das pedras de Stonehenge, inaugurando a atenção científica sobre o monumento. No trabalho, são delineadas as origens das "pedras azuis" do círculo interno, que o cientista afirmou terem vindo das colinas de Preseli, no oeste galês.
As pedras adquirem um tom azulado quando molhadas ou recém-quebradas, bem diferentes das pedras "sarsen", de arenito silificado, que formam o círculo externo. Uma das pedras azuis seria a central, de 4,9 metros, cinza-esverdeada e nomeada como Pedra do Altar.
Reavaliando as origens de Stonehenge
Pelos 100 anos seguintes, a pesquisa de Thomas seguiu majoritariamente aceita. Uma nova revisão dos achados, no entanto, publicada no periódico científico Journal of Archaeological Science: Reports, desafia algumas noções. A geoquímica e mineralogia das pedras, à luz de técnicas modernas, mostrou que muitas realmente vieram do oeste do País de Gales, mas a Pedra do Altar teria vindo de outros cantos da Grã-Bretanha.
Stonehenge foi erigida no final do período Neolítico, entre 4.000 e 5.000 anos atrás, no sul da Inglaterra, em Wiltshire. Muitas adições e reconstruções ocorreram por milhares de anos, com as pedras azuis chegando primeiro. Elas eram chamadas de "pedras estrangeiras" pelos primeiros escavadores a explorar o local, já que não existem na região, tendo de ser trazidas por pelo menos 225 km desde o País de Gales. É uma das maiores distâncias percorridas para a construção de um monumento pré-histórico.
A Pedra do Altar é diferente das outras tanto pelo tamanho quanto pela composição rochosa — a comparação geoquímica e mineralógica feita entre a pedra e 58 afloramentos rochosos do País de Gales e do oeste inglês não encontrou nenhuma correspondência.
Uma característica única é a alta presença de bário na pedra, um elemento químico que ajudou os pesquisadores a filtrar as origens potenciais do material. Não há, segundo eles, evidências arqueológicas de quando ele chegou ao monumento, mas acredita-se que tenha sido em períodos posteriores.
A ideia, agora, é avaliar os locais de origem em potencial, especialmente os que já contêm monumentos antigos da era Neolítica. Isso compreende o norte da Inglaterra e Escócia, mudando o foco das pesquisas, que por décadas se concentraram apenas no território galês, o que pode explicar a falta de avanços.
A categorização da Pedra do Altar como pedra azul também fica desafiada pelos achados. Ainda de 2018, a mesma equipe também apontou que as pedras azuis teriam vindo de outro afloramento, totalmente diferente das colinas de Preseli, mas ainda no oeste do País de Gales, não desviando tanto dos achados de Thomas.
Fonte: The Antiquaries Journal, Journal of Archaeological Science: Reports
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