Tumba de 5 mil anos encontrada na Escócia tem esqueletos abraçados
Uma equipe de arqueólogos desenterrou uma tumba de 5 mil anos nas pitorescas ilhas Orkney, na costa norte da Escócia. A escavação, liderada pelo renomado Dr. Hugo Anderson-Whymark, dos Museus Nacionais da Escócia, e pela professora Vicki Cummings, da Universidade de Cardiff, revelou uma estrutura monumental que remonta ao período neolítico.
Esse tesouro histórico, que permaneceu escondido por séculos, contém os esqueletos de 14 indivíduos, entre homens, mulheres e crianças, incluindo um par que parecia estar se abraçando, proporcionando um vislumbre extraordinário da vida neolítica.
Engenharia neolítica
A tumba, com mais de 15 metros de diâmetro, é uma obra-prima de engenharia neolítica. Seu interior, uma longa passagem retangular cercada por seis celas de pedra, é uma maravilha arquitetônica que evidencia a habilidade técnica de nossos antepassados.
Surpreendentemente, a tumba foi quase perdida para sempre. No século XVIII e XIX, ela foi saqueada e em grande parte destruída para fornecer pedras para construções locais. No entanto, a paixão pela história levou à sua redescoberta.
As escavações, inicialmente motivadas por um artigo de jornal do século XIX descoberto pelo Dr. Hugo Anderson-Whymark, revelaram não apenas o túmulo, mas também uma riqueza de artefatos, incluindo cerâmica, ferramentas de pedra e até um alfinete de osso, proporcionando aos pesquisadores mais material para determinar a história por trás da descoberta, bem como entender um pouco como era a vida cotidiana dessas pessoas.
O local é agora um tesouro arqueológico inestimável, oferecendo um raro vislumbre do passado. Os arqueólogos afirmam que Orkney é incrivelmente rica em arqueologia, mas que não passava por suas cabeças encontrar uma tumba rara num espaço tão pequeno. Tanto é verdade que eles acreditam que esse local poderia ter se perdido sem deixar qualquer registro.
Laços eternos
O aspecto mais cativante desta descoberta é a conexão humana que ela revela. Os dois esqueletos encontrados abraçados sugerem laços afetivos profundos, transcendentais ao tempo. E, apesar das dificuldades modernas que a tumba enfrentou, os pesquisadores estão otimistas que a análise de DNA possa traçar a linhagem desses indivíduos, revelando se eram parentes e se possuíam vínculos com outras tumbas encontradas em Orkney.
Os arqueólogos acreditam que o local recebia corpos que eram colocados uns em cima dos outros, mas que não serviam apenas para deixar os corpos, mas para ser um lugar onde as pessoas podiam fazer cerimônias e, possivelmente, cultuavam seus mortos.
Em última análise, cada descoberta desse tipo nos aproxima mais dos antigos habitantes, permitindo-nos sentir sua presença e entender que, apesar das vidas separadas pelo tempo, compartilhamos costumes e características que nos une através dos séculos.