Cientistas conseguem medir pressão arterial usando apenas uma câmera
Dispositivo afere pressão usando um sistema capaz de visualizar a testa do paciente, fornecendo dados em tempo real
Pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália, em parceria com engenheiros da Universidade Middle Technical, no Iraque, projetaram um sistema capaz de medir a pressão arterial utilizando apenas uma câmera, sem a necessidade de amarrar um manguito inflável (esfigmomanômetro, o famoso aparelho de aferir pressão) ao braço ou ao pulso do paciente.
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Segundo os cientistas, a câmera visualiza a testa do usuário, focando em duas regiões distintas, para detectar opticamente os sinais fotopletismográficos que os algoritmos de inteligência artificial (IA) usam para analisar os dados da pressão sanguínea.
"A pressão arterial é um indicador importante de saúde, mas nosso método atual de medição pode ser um pouco complicado. Manguitos infláveis podem ser desconfortáveis, difíceis de utilizar e imprecisos se não estiverem calibrados adequadamente", explica o engenheiro Javaan Chahl, autor principal do estudo.
Mais precisão
Durante os testes realizados com 25 voluntários, a câmera mostrou uma precisão para medir a pressão arterial dos pacientes superior a 90%. O sistema consegue fornecer medições confiáveis em menos de dez segundos, sem precisar de contato físico com os usuários.
Os algoritmos de inteligência artificial identificam os dados sobre a pressão sistólica e diastólica do paciente, transformando essas informações em parâmetros que podem ser medidos por um dispositivo portátil, sem a necessidade de fios ou equipamentos pesados.
"Monitorar a pressão arterial é essencial para detectar e controlar doenças cardiovasculares, a principal causa de mortalidade global, responsável por quase 18 milhões de mortes em 2019. Além disso, nos últimos 30 anos, o número de adultos com hipertensão aumentou de 650 milhões para 1,28 bilhão em todo o mundo", acrescenta Chahl.
Além da pressão
A equipe por trás dessa tecnologia inovadora desenvolveu sistemas semelhantes de medição no passado, incluindo alguns algoritmos de processamento de imagem capazes de determinar a frequência cardíaca de uma pessoa a partir de cenas geradas por drones.
Eles também criaram outros sistemas de inteligência artificial autônoma que conseguem medir uma grande variedade de parâmetros importantes em recém-nascidos, incluindo frequência respiratória, icterícia, saturação de oxigênio e temperatura em tempo real.
"Nós já usamos essa tecnologia nos Estados Unidos durante a pandemia para monitorar sinais de covid-19 à distância. Com essa precisão superior a 90% para medir a pressão arterial, temos em mãos uma promessa significativa como tecnologia de diagnóstico remoto", encerra Javaan Chahl.
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