Cientistas criam carne de porco geneticamente modificada e imune a doença
Porcos com carne geneticamente modificada poderão estar no mercado em até dois anos, diz empresa responsável pelo projeto
Porcos que receberam imunidade geneticamente modificada contra a síndrome reprodutiva e respiratória suína poderão estar no mercado dentro de dois anos. A grave doença custa cerca de 2,7 bilhões de dólares por ano aos agricultores em todo o mundo.
Clint Nesbitt, da empresa internacional de criação Genus, criou centenas de porcos editados pelo gene CRISPR para um lançamento comercial.
Em entrevista ao New Scientist, Nesbitt afirma que está confiante de que os animais, que foram modificados para terem imunidade à síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS), receberão a aprovação dos reguladores dos Estados Unidos no início de 2025, ou antes.
A Genus também está solicitando aprovação regulatória nos principais mercados de exportação de carne suína dos EUA, do México e da China.
Nem todas as organizações de bem-estar animal apoiam a ideia . “Manter os animais amontoados e em condições estressantes proporciona um ambiente ideal para a propagação e evolução dos patógenos”, disse Catherine Jadav da Compassion in World Farming, em entrevista à New Scientist.
“Se porcos resistentes ao PRRS forem usados para perpetuar o atual modelo altamente intensivo de criação de suínos, então outras doenças continuarão a desenvolver-se – trazendo doença após doença que 'exige' novos animais com genes editados".
O que é esta doença?
A síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS) é causado por um vírus que pode não causar sintomas em alguns animais, mas causar doença grave em outros. Pode danificar o sistema imunitário, tornando os porcos vulneráveis a outras infecções que têm de ser tratadas com antibióticos.
Existem vacinas disponíveis, mas elas apenas reduzem a gravidade dos sintomas, razão pela qual a edição genética é uma alternativa atraente.