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Cientistas criam macaco com olhos verdes e dedos brilhantes a partir de dois DNAs

O trabalho experimental, segundo os cientistas, poderia beneficiar a pesquisa médica e a conservação de espécies ameaçadas

10 nov 2023 - 10h27
(atualizado às 10h27)
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O macaco, que viveu 10 dias antes de ser sacrificado, foi produzido pela combinação de células-tronco de um macaco cynomolgus
O macaco, que viveu 10 dias antes de ser sacrificado, foi produzido pela combinação de células-tronco de um macaco cynomolgus
Foto: Divulgação/Cell

Uma equipe de cientistas na China criou um experimento inédito envolvendo o DNA de dois macacos para criar uma quimera do animal. Para isso, os pesquisadores coletaram células-tronco de embriões de um macaco com sete dias de vida e as injetou em um embrião da mesma espécie que foi então injetado em uma macaca.

A macaca mais tarde deu à luz um macho totalmente formado, tornando-se o primeiro nascimento vivo de um primata não humano quimérico no mundo.

O trabalho experimental, segundo os cientistas, poderia beneficiar a pesquisa médica e a conservação de espécies ameaçadas.

O macaco que nasceu deste experimento viveu 10 dias antes de ser sacrificado. Ele foi produzido pela combinação de células-tronco de um macaco cynomolgus – também conhecido como macaco comedor de caranguejo ou de cauda longa, um primata usado em pesquisas biomédicas – com um embrião geneticamente distinto de um animal da mesma espécie.

O estudo detalhando a pesquisa foi publicado nesta quinta-feira (9) na revista científica Cell.

Segundo a pesquisa, era notável que o macaco era “substancialmente quimérico”, contendo uma proporção variável, mas relativamente alta, de células que cresceram a partir das células-tronco ao longo do tempo em seu corpo.

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Dentre suas características, o animal quimérico nasceu com dedos e olhos verdes brilhantes, conforme imagens do estudo divulgadas pela revista Cell.

“É animador que a nossa quimera de macaco nascido vivo tenha tido uma grande contribuição (de células estaminais) para o cérebro, sugerindo que, de fato, esta abordagem deve ser valiosa para modelar doenças neurodegenerativas”, disse o co-autor do estudo Miguel Esteban, investigador principal do Instituto de Pesquisa de Guangzhou Biomedicina e Saúde, Academia Chinesa de Ciências e pesquisador da BGI-Research Hangzhou.

“As quimeras de macacos também têm um enorme valor potencial para a conservação das espécies se puderem ser alcançadas entre dois tipos de espécies de primatas não humanos, uma das quais está ameaçada de extinção”, acrescentou em entrevista à CNN norte-americana.

O uso de macacos em pesquisas científicas é uma questão controversa devido a preocupações éticas com o bem-estar animal. 

Neste caso do macaco quimérico, a equipe disse que seguiu as leis chinesas e as diretrizes internacionais que regem o uso de primatas não humanos em pesquisas científicas.

Fonte: Redação Byte
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