Cientistas criam “plástico inteligente” duro e flexível ao mesmo tempo; entenda
Estudo publicado na revista Science é animador para novas aplicações em tecnologias vestíveis, robótica e medicina
De acordo com artigo publicado na revista Science, uma das mais reconhecidas no mundo, cientistas da Universidade do Texas em Austin (EUA) investigam as possibilidades de uso para um novo material, semelhante ao plástico. A ideia é que o novo componente possa ser flexível e duro dependendo da finalidade, e aplicado em eletrônicos e robôs.
O desenvolvimento desse material é inspirado em materiais naturais que são rígidos em alguns lugares e elásticos em outros, como a pele, os músculos, as árvores e os mariscos.
Em experimentos anteriores, estudiosos tentaram juntar diferentes materiais pré-existentes, mas essa abordagem demonstrou deficiências: muitos deles ficavam despedaçando e rasgando nas junções entre componentes distintos.
Por isso, agora, a esperança é um material parecido com o plástico. Químicos já estão usando os monômeros — pequenas moléculas que se unem para formar os polímeros — que são bem parecidos com os encontrados no próprio plástico.
Juntando um catalisador aos monômeros para que eles respondessem à luz visível, pesquisadores notaram o efeito de um polímero semicristalino com características parecidas com as da borracha, dando origem a um material rígido e duro. Mas as áreas do material que não foram expostas à luz permaneceram macias e elásticas. Isso só foi possível depois de testar uma dúzia de catalisadores.
Benefícios que podem ser gerados
O novo material chega a ser dez vezes mais resistente que a borracha natural. Isso é impressionante pois cientistas tentam há muito tempo “imitar” propriedades de estruturas naturais com materiais sintéticos.
O autor e professor-assistente de química, Zachariah Page, afirmou: “A capacidade de controlar a cristalização e, portanto, as propriedades físicas do material, com a aplicação da luz, é potencialmente transformadora para eletrônicos vestíveis ou atuadores em robótica macia".
"Estamos ansiosos para explorar métodos de aplicação dessa química para fazer objetos 3D contendo componentes duros e macios", disse o primeiro autor Adrian Rylski, estudante de doutorado na UT Austin.
Os outros autores responsáveis pela pesquisa também são da mesma universidade.
Os cientistas esperam que muitas áreas sejam beneficiadas com o novo componente, como robótica, medicina e tecnologia vestível.