Cientistas descobrem grandes reservas de gelo no equador de Marte
Sonda da ESA descobre gelo subterrâneo em Marte, sugerindo oceanos antigos e mudanças climáticas no planeta
Novas reservas de gelo descobertas em Marte pela da Agência Espacial Europeia (ESA) sugerem que o planeta vermelho, conhecido por sua aridez, poderia ter abrigado oceanos no passado.
A sonda Mars Express encontrou grandes depósitos de água congelada na região próxima ao equador marciano. Os novos achados foram anunciados pela agência espacial na última quinta-feira (18).
A ESA identificou quantidades de gelo suficientes para cobrir o planeta com um oceano raso, caso a reserva congelada fosse derretida. Enterrado sob uma camada de cinzas endurecidas e poeira seca, o depósito se estende por até 3 mil metros de profundidade.
Esta não é a primeira evidência de gelo próximo ao equador de Marte, mas é a maior quantidade já registrada até o momento, especialmente em latitudes equatoriais e baixas.
O gelo detectado não é puro, estando fortemente misturado por poeira. A formação geológica, conhecida como Formação Medusae Fossae (MFF), já era alvo de estudos devido a dúvidas com relação a sua composição.
As observações recentes do MARSIS, radar subsuperfície a bordo da sonda, esclareceram que os depósitos são, de fato, ricos em gelo.
“É emocionante que os sinais de radar correspondam ao que esperaríamos ver em camadas de gelo e são semelhantes aos sinais que vemos nas calotas polares de Marte, que sabemos serem muito ricas em gelo", diz Thomas Watters, pesquisador do Smithsonian, envolvido na pesquisa.
Os cientistas agora querem entender mais sobre as mudanças climáticas em Marte e como a inclinação do eixo do planeta pode ter contribuído para a formação de gelo na região equatorial. A principal hipótese é que a variação do ângulo axial de Marte ao longo da história pode ter permitido a formação de gelo na superfície equatorial, posteriormente cobrindo-a por cinzas e poeira.