Cientistas encontram oxigênio atômico no lado diurno de Vênus
Átomos de oxigênio foram encontrados pela primeira vez no lado diurno da atmosfera de Vênus. Anteriormente, já era conhecida a existência de oxigênio no lado noturno do planeta, mas não se sabia exatamente o quão abundante era.
Vários modelos teóricos já previam a existência do elemento em toda a atmosfera de Vênus, mas até então era impossível afirmar que ele estava presente também do lado diurno. Dessa forma, a descoberta sugere que há uma dispersão maior de oxigênio atômico no planeta do que parecia.
O estudo foi realizado pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR), e foi capaz de encontrar os átomos pairando sobre as nuvens tóxicas do planeta. Um fato importante é que esses elementos estão dissociados de outras moléculas, já que o oxigênio já havia sido encontrado dentro de outras estruturas moleculares.
Diferentemente de outros métodos utilizados anteriormente, que eram indiretos e baseados na medição da interação de outras moléculas, o agora utilizado pelos cientistas alemães conseguiu resultados mais precisos. Para isso, foi feita a detecção direta de oxigênio atômico no lado diurno e noturno de Vênus, medindo sua transição do estado fundamental.
"O oxigênio atômico concentra-se em altitudes em torno de 100 km, com densidade máxima de coluna no lado diurno, onde é gerado pela fotólise de dióxido de carbono e monóxido de carbono. Este método permite investigações detalhadas da atmosfera venusiana em apoio a futuras missões espaciais a Vênus", diz o artigo publicado na revista Nature.
O que é o oxigênio atômico?
O oxigênio atômico não é como aquele que nós respiramos, como você pode estar imaginando. Este é uma molécula, O², sendo o resultado da união entre dois átomos. O oxigênio em questão está sozinho, e não faz parte de nenhuma outra estrutura.
Isso costuma ser um estado temporário, já que o oxigênio atômico é altamente reativo e tende a se juntar facilmente a outros elementos, formando uma molécula. Aqui na Terra, eles são abundantes em altitudes extremas, como na mesosfera e na parte inferior da termosfera, sendo resultado da quebra de O² pelos fótons solares.
Os cientistas acreditam que ocorre um processo similar na atmosfera de Vênus. No caso do nosso vizinho, sua atmosfera é formada majoritariamente de CO², também conhecido como dióxido de carbono.
Quando os fótons solares penetram na atmosfera do planeta, há a quebra da molécula em monóxido de carbono (CO) e em oxigênio atômico. Porém, esse estado costuma ser temporário, e esses elementos se recombinam no lado noturno de Vênus. Esse fenômeno é responsável pelo brilho característico do planeta.
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