Cientistas fazem mapa digital do "cemitério de estrelas" da Via Láctea
Estrelas mortas podem ter se tornado estrelas de nêutrons ou buracos negros, mas têm segredos escondidos até hoje
As estrelas, depois de morrer, ainda seguem brilhando por muito tempo no céu. Um artigo científico publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society, levou pesquisadores a criar o primeiro mapa digital do "cemitério de estrelas" da Via Láctea.
Ao morrer, as estrelas se transformam em supernovas e depois podem ter acontecido duas hipóteses. Ou os seus núcleos se transformaram em estrelas de nêutrons supercompactas ou elas entraram em colapso em si mesmas e formaram buracos negros.
O novo mapa, portanto, criado pelo astrônomo David Sweeney e seus colegas da Universidade de Sydney, revela não apenas onde os “ossos” dessas estrelas mortas podem estar escondidos, como também mostra que cerca de um terço das “estrelas remanescentes” estão ou já estiveram no caminho de serem ejetadas da galáxia.
Analisando as observações de estrelas mortas na galáxia, como as estrelas de nêutrons e os buracos negros, e entendendo como eles nasceram e evoluíram, eles chegaram a um cemitério de três vezes a altura atual da Via Láctea.
A demora para a descoberta das tais “catacumbas da galáxia” se deu porque a nascente da Via Láctea, onde essas primeiras estrelas viviam, era muito diferente da galáxia como conhecemos hoje. As imagens em espiral que os telescópios captam frequentemente no espaço, por exemplo, ainda não podiam ser vistas nessa época – os braços do espiral ainda não estavam completamente desenvolvidos.
Esse território da nascente, desconhecido anteriormente, era tão confuso que os pesquisadores não sabiam nem mesmo onde procurar os buracos negros escondidos e as estrelas de nêutrons – diferente do que acontece hoje, que podemos encontrar tais fenômenos espalhados pela Via Láctea.
Energia de explosão das supernovas é difícil de prever
A equipe achou especialmente difícil prever a energia envolvida em cada explosão de supernova. Mas se a estrela ejetar gás e poeira em uma área que está liberando mais força, será enviada para mais longe que quaisquer vizinhos estelares.
Se por um lado se sabe que as supernovas explodem com imensas e aleatórias quantidades de energia, capazes de acelerar a poeira e o gás a milhares de quilômetros por hora, é algo quase imprevisível saber onde as quantidades maiores ou menores de energia serão geradas.
"Agora que sabemos onde procurar, estamos desenvolvendo tecnologias para ir à caça [desses objetos]", disse Sweeney em um comunicado. "Aposto que o submundo galáctico não ficará envolto em mistério por muito mais tempo”, completa.