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Cientistas publicam artigo com 'órgão' de rato gigante criado por IA; veja imagem

Imagem foi publicada em um texto na revista Frontiers in Cell Development and Biology e apresenta erro grotesco

19 fev 2024 - 10h50
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Resumo
Um artigo publicado na revista Frontiers em Cell Development and Biology foi manipulado com imagens geradas por IA, o que levanta riscos na qualidade e confiabilidade dos estudos científicos.
Órgão sexual do animal tem quase o dobro do tamanho do rato
Órgão sexual do animal tem quase o dobro do tamanho do rato
Foto: FRONTIERS / reprodução

Imagens manipuladas e incorretas geradas por inteligência artificial (IA) foram publicadas, na semana passada, em um artigo científico revisado por pares na revista Frontiers in Cell Development and Biology.

O caso, que envolve pesquisadores do Hospital Hong Hui e da Universidade Jiaotong na China, levanta preocupações sobre a confiabilidade dos estudos e a utilização de dados gerados por IA na literatura científica sem a devida verificação.

O artigo, intitulado "Funções celulares das células-tronco espermatogoniais em relação à via de sinalização JAK/STAT", apresenta figuras com erros grotescos, como um diagrama de um pênis de rato com mais do dobro do tamanho do corpo do animal e textos incompreensíveis.

Alguns textos incluem palavras que não existem em inglês, como "iollotte sserotgomar cell", "testtomcels" e "dck". O documento credita as imagens ao Midjourney, que gera conteúdo por meio de IA.

IA na pesquisa científica

Especialistas alertam para os perigos dessa prática. Elisabeth Bik, consultora de integridade científica, disse à VICE que o caso é um "exemplo triste de como revistas científicas, editores e revisores podem ser ingênuos em relação à aceitação e publicação de dados gerados por IA".

Segundo ela, "números mais realistas gerados por IA provavelmente já se infiltraram na literatura científica" e que a IA generativa "causará sérios danos à qualidade, confiabilidade e valor dos artigos científicos".

A revista Frontiers anexou um aviso ao artigo original dizendo que ele foi corrigido, mas não especificou quais foram as correções. A direção afirmou que o uso de inteligência artificial é permitido, mas pontou que a precisão factual deve ser garantida pelos autores dos estudos.

O tema também já foi debatido na Nature, outra revista científica de renome. Ano passado, a entidade proibiu o uso de IA generativa para imagens e figuras em artigos, citando riscos à integridade.

Fonte: Redação Byte
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