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Cirurgiões fazem transplante de rim em paciente acordado

Um paciente dos EUA fez transplante de rim acordado, ou seja: acompanhou todo o processo. Ele tomou uma raquianestesia, então não sentiu dor, e recebeu alta

25 jun 2024 - 18h18
(atualizado em 1/7/2024 às 14h53)
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Imagine só uma coisa: você está deitado sobre a mesa de cirurgia, os cirurgiões estão mexendo nos seus rins e você está simplesmente acordado durante todo o processo. Foi o que aconteceu com o paciente John Nicholas, de Chicago (EUA). Em vez de usar a anestesia geral normal, os médicos da Northwestern Medicine usaram uma injeção de raquianestesia. Ele recebeu um transplante de rim e teve alta logo no dia seguinte!

Foto: Divulgação/Northwestern Medicine / Canaltech

Em comunicado, os cirurgiões da Northwestern Medicine estimam que o caso pode forencer a esperança de que o transplante renal acordado possa diminuir alguns dos riscos da anestesia geral e, ao mesmo tempo, encurtar a internação do paciente.

Isso porque, normalmente, um paciente é hospitalizado por 2 a 3 dias após um transplante de rim. Então no caso dele foi bem mais rápido, já que bastou um dia para que fosse para casa.

"Dentro da sala de cirurgia, foi uma experiência incrível poder mostrar a um paciente como era seu novo rim antes de colocá-lo no corpo", diz a equipe em comunicado divulgado pelo hospital.

Segundo a equipe, fazer anestesia para o transplante de rim acordado foi mais fácil do que muitas cesarianas, e ainda melhorou a experiência do paciente.

"O transplante renal acordado não só pode ajudar os pacientes que apresentam riscos ou fobias à anestesia geral, mas também pode ajudar a reduzir a internação hospitalar para que possam se recuperar mais confortavelmente em casa", contam os cirurgiões.

Nicholas não tinha fobia à anestesia geral, mas apresentava fatores de risco limitados e ainda demonstrou interesse em fazer parte dessa estreia médica, o que o tornou um forte candidato.

Vale lembrar que ele não sentiu dor em momento algum durante o processo, mesmo estando acordado.

Paciente fica acordado na cirurgia

No comunicado divulgado pelo hospital, Nicholas conta que foi uma experiência positiva saber o que estava acontecendo em tempo real e ter consciência do que estavam fazendo.

"Em determinado momento da cirurgia, lembro-me de ter perguntado: 'devo esperar que a raquianestesia faça efeito?' Eles já estavam trabalhando muito e eu estava completamente alheio a esse fato. Na verdade, nenhuma sensação. Recebi um pouco de sedação para meu próprio conforto, mas ainda estava ciente do que eles estavam fazendo. Especialmente quando eles chamaram meu nome e me contaram sobre certos marcos que haviam alcançado", revela o paciente.

Desde os 16 anos de idade, Nicholas tem problemas renais por causa de uma doença de Crohn (uma inflamação crônica que pode resultar em diarreia e dor abdominal, além de bscessos, fístulas internas e externas e obstruções intestinais).

Paciente John Nicholas e equipe de cirurgiões do Northwestern (Imagem: Divulgação/Northwestern Medicine)
Paciente John Nicholas e equipe de cirurgiões do Northwestern (Imagem: Divulgação/Northwestern Medicine)
Foto: Canaltech

Mas tudo ficou mais intenso a partir de 2022, quando sua função renal diminuiu e ficou claro que ele eventualmente precisaria de um transplante de rim.

O doador foi o melhor amigo de Nicholas. Antes, a ideia era que fosse sua mãe, mas ela foi diagnosticada com câncer de mama. 

"Eu estava na cozinha preparando o jantar e John enviou uma mensagem que dizia: 'meu médico disse que é hora de começar a procurar doadores de rim'. Olhei para o meu telefone e, sem hesitar, preenchi o formulário naquela noite. João é um bom amigo. Ele precisava de um rim e eu tinha um extra. Eu tive que pelo menos cogitar a ideia de ser seu doador", diz o doador", Pat Wise.

A ideia do Northwestern Medicine agora é procurar pacientes que precisam de transplante de rim, mas não podem receber anestesia geral. O objetivo é explorar cada vez mais esse novo potencial, que, segundo a equipe, "abre uma porta totalmente nova para o campo do transplante".

Fonte: Northwestern Medicine

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