Clonagem de chip: como é técnica tentada para invadir celular de Moraes
Hacker já invadiu contas de autoridades brasileiras e utilizaria a chamada SIM swap, metodologia que clona o chip de smartphones
Walter Delgatti Neto, hacker conhecido por ter interceptado mensagens de procuradores da Operação Lava Jato e do então juiz Sério Moro em 2019, voltou ao noticiário após afirmar, nesta terça-feira (7), que pretendia invadir o celular e clonar o chip do ministro do Supremo Tribunal Feredal Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao portal The Brazilian Report, Neto disse que queria acessar o e-mail do ministro por meio do celular de Moraes, mas que, no final, o plano não deu certo.
A tentativa teria girado em torno de uma técnica chamada "SIM swap", na qual o chip do celular é "clonado", dando acesso ao invasor sem que o aparelho precise sair mãos de seu verdadeiro dono.
Como funciona
Neto tentou se associar com mais um hacker para contratar um "SIM-swapper", normalmente uma pessoa que trabalha em uma operadora e, por isso, tem acesso a ferramentas para criar um novo cartão SIM (chip) com um número que já está em uso.
Normalmente, neste tipo de golpe, são necessárias informações básicas da vítima como número da identidade, do telefone e nome completo.
A partir daí, a burlagem explora falhas em processos de autentificação de identidade: quando códigos de recuperação de senha são enviados para o número de celular, o criminoso acaba recebendo tudo no aparelho clonado e pode, assim, mudar senhas e acessar diversas contas — e-mail, WhatsApp e até aplicativos de banco.
Além da tentativa frustrada de hackear o ministro, Neto também contou ao The Brazilian Report que trabalha clandestinamente na administração das redes sociais da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL), que por sua vez afirmou que les não teriam relações "no que tange a grampear o Moraes".
Até a publicação desta matéria, o ministro Alexandre de Moraes não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.