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Cocaína em cérebros mumificados revela primeiros usos da droga na Europa

Pesquisadores encontraram vestígios de cocaína no tecido cerebral mumificado de duas pessoas em uma cripta do século XVII, em Milão

22 ago 2024 - 05h00
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Resumo
Vestígios de cocaína em tecido cerebral mumificado indicam que a droga circulava na Europa cerca de 200 anos antes dos registros oficiais.
Cérebros mumificados apresentavam vestígios de cocaína
Cérebros mumificados apresentavam vestígios de cocaína
Foto: Divulgação/ Gaia Giordano

Descobertas recentes sugerem que o uso de cocaína na Europa pode ter começado bem antes do que se pensava. Embora o consumo da droga tenha sido documentado a partir do século XIX, quando foi isolada quimicamente das folhas de coca, novas evidências indicam que essa prática pode ter ocorrido cerca de dois séculos antes.

Pesquisadores encontraram vestígios de cocaína no tecido cerebral mumificado de duas pessoas em uma cripta do século XVII, localizada em Milão, na Itália. Essas descobertas indicam que a droga já circulava pela Europa aproximadamente 200 anos antes dos primeiros registros oficiais de seu uso.

A pesquisadora Gaia Giordano, da Universidade de Milão, e seus colegas observaram nove pessoas que morreram em algum momento nos anos 1600 e foram enterradas em uma cripta bem preservada pertencente ao antigo hospital Ca' Granda, que historicamente tratava os pobres da cidade.

A equipe coletou pequenas amostras de tecido cerebral de cada indivíduo e analisou sua composição química para saber que tipo de drogas estavam sendo usadas na época.

Como a cocaína geralmente desaparece do corpo depois de alguns meses, Giordano ficou surpresa ao encontrar vestígios dela em dois cérebros após quase quatro séculos de decomposição.

“É muito extraordinário encontrar essa molécula”, disse em entrevista ao portal New Scientist. 

Com o composto ativo da cocaína, a equipe encontrou hygrine, uma substância liberada por folhas de coca mastigadas. Os registros do hospital não mencionam a cocaína sendo prescrita como medicamento até o século XIX, sugerindo que esses dois indivíduos se automedicaram ou estavam mastigando a planta recreativamente, diz Giordano.

Da América do Sul à Europa

Na América do Sul, onde a planta é nativa, as folhas de coca têm sido mascadas por milênios devido às suas propriedades psicoativas e terapêuticas.

Com isso, quando os espanhóis chegaram ao continente, eles aprenderam sobre os efeitos da folha, que mais tarde teria seu princípio ativo isolado e introduzido no Velho Continente.

Esta evidência de europeus mascando folhas de coca nos anos 1600 mostra que a planta poderia, ocasionalmente, sobreviver à jornada da América do Sul.

Apesar disso, foi apenas no século XIX que a cocaína ganhou popularidade na Europa, especialmente após a separação de seus componentes químicos. Essa nova descoberta, no entanto, reescreve parte da história, sugerindo que o contato europeu com a cocaína pode ter começado bem antes do que se pensava.

Fonte: Redação Byte
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