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Com 5G, você ainda vai precisar de Wi-Fi em casa? Entenda o que muda

Tecnologia 5G promete velocidade 100 vezes superior às conexões 4G

19 jul 2022 - 12h09
(atualizado às 14h12)
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A chegada do 5G em Brasília no dia 4 de julho trouxe muitas expectativas para a tecnologia, desde a maior velocidade de conexão nos celulares a melhorias expressivas na automação industrial e internet das coisas. Há quem aguarda sua popularização para aposentar de vez a banda larga fixa da sua casa e, com isso, trocar o roteador Wi-Fi pelo 5G. Mas isso vai ser possível?

Para o cliente, a quinta geração da telefonia móvel traz vantagens significativas. A principal delas é mais velocidade no tráfego de dados — o 5G promete atingir 10 Gbps (gigabits por segundo), contra a média de 100 Mbps (megabits por segundo) da banda larga nacional. Ainda permite menor latência (tempo de resposta) na comunicação, algo útil em aplicações como games online e transmissão ao vivo. 

O tema importa porque, a longo prazo, poderá alterar drasticamente a infraestrutura de internet do Brasil. Dados da TIC Domicílios de 2021 mostram que a maior parte das casas brasileiras com acesso à internet usa redes de banda larga fixa, como a conexão via cabo de TV a de fibra ótica. Essas redes têm um desempenho mais estável quando comparadas ao 3G ou ao 4G.

5G
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Foto: Pixabay

5G x Wi-Fi: complementares em vez de rivais

Para além de comparar um e outro, é preciso entender que o 5G e o Wi-Fi são complementares. Segundo Paulo José Spaccaquerche, Presidente da Abinc (Associação Brasileira de Internet das Coisas), tudo irá depender da intenção de quem pretende instalar a internet. Ele lembra que o 5G é uma conexão desenhada fundamentalmente para negócios e indústrias, sobretudo quando envolvem logística. Ela é capaz de monitorar equipamentos à distância em portos e aeroportos, por exemplo, com quase nenhum atraso no sinal.

Se estamos falando de pessoas comuns, para games o 5G melhora bastante as respostas de desempenho. O mesmo acontece com produtos de casa inteligente para uso doméstico, permitindo objetos inteligentes interagindo entre si de forma harmoniosa. “No fundo, o que importa é o tipo de demanda do consumidor. Para alguns, o 5G vai ser fantástico, para outros não é necessário”, comenta ele.

Uma diferença importante é que o 5G oferece uma comunicação sem fio em que não é necessária a instalação de uma infraestrutura anterior, enquanto o Wi-Fi, tanto na sua versão por fibra ótica quanto por cabo telefônico, exige instalações como dutos e caixas de passagens. Portanto, o 5G também poderá facilitar a instalação de internet rápida em locais mais remotos do Brasil.

No entanto, o novo padrão precisa de diversas condições de estrutura fixa para operar. "O 5G não só induz como depende da ampliação das redes de fibra ótica, pois o tráfego precisa ser escoado desde as estações rádio-base (ERBs, ou antenas de telefonia) até o núcleo da rede”, diz Moisés Moreira, conselheiro da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

5G
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Foto: Pixabay

Como o 5G será usado na prática

Segundo Moreira, a tecnologia 5G é baseada em três pilares: eMBB (banda larga móvel melhorada, na sigla em inglês), URLLC (comunicações ultraconfiáveis de baixa latência) e mMTC (comunicações massivas do tipo máquina).

O primeiro pilar, o eMBB, é uma evolução do 4G e apresenta uma velocidade de até 20 vezes maior. Isso vai gerar inovações para o desempenho de jogos e vídeos em alta definição, que exigem altas taxas de dados.

Mas o foco do 5G está nos negócios, onde os outros dois pilares importam mais. Com o URLLC, teremos automação industrial, cirurgias à distância e carros autônomos. Já o mMTC, voltado a comunicações para máquinas, facilita as aplicações baseadas em internet das coisas (IoT, em inglês), como cidades e fazendas inteligentes.

Algumas operadoras, como a Vivo, já vinham desenvolvendo a conexão DSS (compartilhamento dinâmico de espectro) antes do lançamento do 5G em frequência 3,5Hz (compartilhada na maior parte dos países). Ele foi a primeira etapa para implementar a quinta geração da telefonia móvel, e na prática, é uma transição entre o 4G e o 5G.

De acordo com Márcio Fabbris, vice-presidente de marketing e vendas da Vivo, é fácil adquirir a nova tecnologia: “O 5G já é uma realidade para aqueles que possuem um smartphone que permita a conexão na quinta geração. Os clientes têm uma navegação mais veloz e melhor experiência no uso e consumo de conteúdo multimídia, como nas aplicações em realidade aumentada ou nos jogos online com alta resolução”.

FWA, um “5G fixo”

Para quem acha que o 5G se limitará aos aparelhos móveis, o FWA (acesso sem fio fixo) é uma das novas tecnologias atreladas à nova rede e pretende oferecer um bom custo-benefício para internet fixa, com a velocidade e benefícios do 5G. Trata-se de um serviço de internet que usa a nova rede móvel para alimentar uma internet doméstica em locais mais remotos.

É possível contratar os serviços de FWA por meio de prestadoras de pequeno porte em áreas que o 5G ou outros tipos de conectividade não chegam, atuando assim como um “atalho” para a quinta geração da telefonia. A ideia é que internet com alta velocidade chegue a áreas rurais e suburbanas a partir desse tipo de contrato.

Se preparando para o 5G

Se você está interessado em contratar os serviços desta rede, precisará ter um aparelho de celular compatível. Os preços dos celulares que comportam o 5G vão de R$ 2.000 a R$ 9.000. Ainda assim, é preciso confirmar se o aparelho funciona no modo 5G DSS ou com o 5G “puro” (na frequência 3,5Hz ou 2,3 GHz). A maioria deles será compatível com a conexão DSS.

Fonte: Redação Byte
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