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Com que idade uma pessoa é considerada adulta? Veja o que a ciência diz

Cientistas afirmam que a maioridade cerebral está muito longe dos 18 anos de idade e que escolha de países se baseia em convenção

10 nov 2022 - 12h46
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Vida adulta está longe de ser definida pela idade
Vida adulta está longe de ser definida pela idade
Foto: Robina Weermeijer / Unsplash

Se, de vez em quando, você se lembra do início da sua vida adulta e sente que ainda era um adolescente, não se preocupe – é porque provavelmente você era mesmo. Um grupo de cientistas britânicos afirma que a idade em que um cérebro adulto atinge a plena maturidade em até décadas após completar 18 anos.

Na maioria dos países, assim que completamos a maioridade legal, ganhamos o direito de aprender a dirigir, comprar bebidas alcoólicas, adquirir empréstimos e nos tornamos até propensos a um julgamento criminal por nossos próprios atos. Mas, segundo Peter Jones, professor da Universidade de Cambridge, as mudanças em nosso cérebro estão longe de acompanhar as viradas da noite para o dia como as de um aniversário.

“O que estamos dizendo realmente é que ter uma definição clara de quando você passa da infância para a idade adulta parece algo cada vez mais absurdo. É uma transição muito mais sutil, que ocorre ao longo de três décadas", explicou o cientista ao portal britânico The Independent.

Segundo Jones, a adoção de um simples “marco divisório" se tornou apenas uma questão de conveniência para a vida em sociedade.

"Eu acho que convém para os sistemas de educação, de saúde e judicial ter essas definições",afirma.

Mas nem todas as decisões da sociedade precisam seguir essa separação à risca. Para o cientista, é razoável esperar que juízes criminais experientes saibam reconhecer a diferença entre um réu de 19 anos e um criminoso "endurecido", com mais de 30 anos, idade que muitos cientistas atribuem à maioridade biológica.

"Eu acho que o sistema está se adaptando, que as pessoas não gostam [da ideia de] uma lagarta se transformando em borboleta", afirmou. "Não existe uma infância e depois uma vida adulta. As pessoas estão trilhando um caminho, estão em uma trajetória".

Leah Somerville, neurocientista de Harvard, é uma das que estudam como as mudanças no cérebro afetam o modo como as pessoas pensam e agem. Ao The New York Times, a cientista afirmou que, por vezes, é muito difícil explicar para uma plateia de juízes que o conceito de “desenvolvido” pode ser muito maleável, se tratando do cérebro humano.

Cientistas explicam que o cérebro humano se desenvolve continuamente por décadas
Cientistas explicam que o cérebro humano se desenvolve continuamente por décadas
Foto: X / Unsplash

“Muitas vezes, a primeira pergunta que recebo no final de uma apresentação é: 'OK, isso é muito bom, mas quando o cérebro termina? Quando é feito o desenvolvimento? E dou uma resposta muito insatisfatória”, diz.

Isso porque, segundo a cientista, o cérebro humano atinge o volume adulto aos dez anos, mas continua a mudar por anos depois disso, tanto em anatomia quanto em atividade.

Como o cérebro reage ao decorrer dos anos?

No cérebro de uma criança, as regiões vizinhas tendem a trabalhar unidas, enquanto na idade adulta, regiões distantes se conectam melhor. Neurocientistas especularam que essa harmonia de longa distância permite que o cérebro adulto trabalhe com mais eficiência e processe mais informações, por exemplo.

Adolescentes, por outro lado, se saem tão bem quanto os adultos em testes de cognição, mas, se eles estão sentindo emoções fortes, esse desempenho pode despencar.

"A maioria das situações de crime em que os jovens estão envolvidos são situações emocionalmente excitantes — eles estão com medo, ou estão com raiva, intoxicados ou qualquer outra coisa", disse.

Somerville evita sugerir mudanças em políticas públicas com base em seus achados sobre o desenvolvimento do cérebro, por hora. Assim como o cérebro humano durante as primeiras décadas de vida, a cientista ainda tem sua opinião em desenvolvimento.

“Ainda estou na fase de aprendizado, então hesito em falar sobre qualquer coisa em particular”, diz.

Fonte: Redação Byte
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