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Combinação de biometrias pode prevenir vazamentos de dados

Impressão digital, reconhecimento facial e biometria de voz são alguns dos mecanismos mais utilizados no mercado de prevenção a fraudes.

13 fev 2022 - 03h00
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Foto: Divulgação

Desde que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor, em 18 de setembro de 2021, a Agência Nacional de Proteção de Dados já confirmou mais um grande vazamento de informações pessoais. O levantamento foi feito pela empresa de segurança digital PSafe, que constatou cerca de 426 milhões de dados vazados na deep web (parte mais profunda da internet que não permite que sites sejam indexados). 

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a estimativa é que ocorra uma grande exposição como essa a cada semana no país. Isso tem gerado uma grande preocupação por parte das instituições financeiras e empresas de serviços que buscam por alternativas cada vez mais eficazes para prevenção de fraudes.

Nesse cenário, a biometria aparece como uma solução bastante acessível principalmente dentre as instituições bancárias que normalmente utilizam mais de um controle de acesso para evitar perdas financeiras. Há diversos tipos de leitura de dados no mercado como a impressão digital, reconhecimento facial e biometria de voz que, hoje, aparecem como mecanismos fundamentais para garantir uma maior segurança na identificação de pessoas.

Segundo Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital, empresa especializada em biometria de voz, as soluções têm um objetivo em comum que é o de prevenir qualquer tentativa de golpe por parte de fraudadores. A vantagem da biometria de voz é a captura das características únicas da voz de cada pessoa (como o timbre, altura e frequência) logo no seu cadastro na empresa, o que pode ser feito por aplicativo ou call center. Essa medida facilita a autenticação por voz a cada interação com o cliente, evitando fraudes em diferentes transações e solicitações.

“Diante de um contexto onde a voz passou a ser um instrumento comumente utilizado na autenticação de serviços e gadgets, a tecnologia de reconhecimento de voz virou um aliado mais do que fundamental na prevenção de fraudes. A Minds é uma IDtech que possibilita o mapeamento de cada indivíduo pela biometria de voz em tempo real. Dessa forma, além de melhorar a experiência do cliente na identificação dos dados, a plataforma ajuda a prevenir fraudes em operações feitas remotamente que utilizam algum tipo de reconhecimento via áudio. Hoje, são mais de 25 mil vozes computadas diariamente pela plataforma e em 64% delas, foi constatada alguma tentativa de burlar o sistema”, afirma Peixoto.

O uso de Inteligência Artificial foi imprescindível para que a plataforma conseguisse identificar vozes de clientes com eficiência em um cenário com alto volume de atendimentos. 

Para atender a demanda do mercado, é necessário treinar uma rede neural específica para o cenário de cada empresa para, assim, alcançar uma precisão de até 97% nas identificações por voz, dependendo da qualidade dos arquivos de áudio.

Outro fator que contribuiu para consolidar a empresa na prevenção a fraudes é seu modelo de negócio. “Somos uma solução SaaS com precificação em moeda nacional e por chamadas à API. Quanto maior é o consumo, menor é o custo por requisição. Com isso, conseguimos personalizar o atendimento de acordo com o tamanho do cliente, tornando a biometria de voz muito mais acessível a empresas de diversos portes”, comenta Peixoto.

O especialista explica a funcionalidade e aplicabilidade dos tipos mais comuns de biometria no Brasil. São elas:

• Reconhecimento por voz ― Empresas como a Minds Digital, autoridade em prevenção à fraude em canais de atendimento por voz, conseguem traçar um perfil da fala de cada indivíduo e formar padrões com diversas características. Através do uso de machine learning no sistema, a cada nova inserção na ferramenta, mais robusta ela fica, aumentando gradativamente seu nível de precisão ao longo do tempo.

• Impressão digital ― O tipo mais conhecido de biometria no Brasil é a impressão digital. Identificadas no Registro Geral (RG) de cada indivíduo, as linhas dos dedos são usadas inclusive para substituir assinaturas de pessoas analfabetas. A identificação desse código genético é possível através da computação de padrões coletados presencialmente e armazenados num banco de dados. Ainda que difícil, essa característica pode ser fraudada por quadrilhas especializadas em vazamentos de documentos pessoais. Por isso, o ideal é sempre combiná-la com outras formas de prevenção.

• Reconhecimento facial ― O reconhecimento facial, implementado no Brasil desde 2015 e popularizado nos modelos mais atuais de smartphones, é usado normalmente para desbloquear um aparelho sem que seja necessário digitar uma senha ou código antes. O sistema, capaz de mapear pontos específicos da face, determina padrões que podem ser coletados à distância através de fotos ou vídeos. Apesar de usual, esse modelo de biometria tem causado polêmica nos últimos anos por acreditar-se que a tecnologia pode ferir o direito à privacidade quando utilizada de forma indevida.

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