Comer ouro na carne faz mal à saúde? Veja o que diz a ciência
Vídeo de jogadores da seleção comendo bife banhado a ouro viralizou e gerou polêmica nas redes sociais; entenda
O ex-craque Ronaldo Fenômeno e os jogadores da seleção brasileira Gabriel Jesus, Militão e outros fizeram o luxo de provar um bife coberto por ouro 24 quilates, na churrascaria Nusr-Et, em Dubai (Emirados Árabes). Publicado na semana passada nas redes sociais, o vídeo dos atletas viralizou e chocou por conta do preço alto (R$ 1.500 a R$ 9.000), mas também levantou dúvidas: a prática faz mal ao nosso organismo?
O ouro comestível é um tipo de material autorizado pela União Europeia e pelos Estados Unidos para ser digerido. De acordo com a ciência, não ocasiona efeitos positivos nem negativos porque é biologicamente inerte, ou seja, não é absorvido durante o processo de digestão.
Ele normalmente é usado na forma de folha, flocos ou pó e a prática é somente estética, não provocando nenhum tipo de gosto específico ou saboroso.
A segurança do ouro usado como aditivo alimentar já foi avaliada em 2016 pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, em inglês), que autorizou o uso do composto para a confeitaria, decoração de chocolates e licores. Depois de um tempo, o ouro também passou a decorar sopas, massas, risotos, sushi, coquetéis, vinhos e bifes.
Mas é importante que o ouro usado em alimentos, normalmente em refeições extravagantes como a dos jogadores, seja puro, para evitar infecções perigosas no corpo.
Apesar disso, o professor Koichi Imai, pós-doutor do Departamento de Biomateriais da Osaka Dental University, do Japão, afirma que há um problema na ingestão do ouro: as pequenas partículas dessa substância provavelmente permanecerão no trato digestivo por um longo tempo.
De acordo com Imai, deve-se considerar o risco de desenvolvimento de cânceres. Ele também acha necessário desenvolvermos uma folha de ouro que fosse totalmente dissolvida no trato digestivo humano.
Origem antiga
A prática de comer ouro teve início com os antigos egípcios, há cerca de 5.000 anos. Os egípcios tinham o costume para a purificação mental, corporal e espiritual, por achar que ele tinha efeitos divinos. Acredita-se que Cleópatra fazia tratamentos corporais e faciais todas as noites. O ouro também era famoso entre cortes de reis de países europeus durante a Idade Média, como símbolo de nobreza.