Comeria? Empresa cria almôndega de mamute extinto há 10 mil anos
A almôndega de mamute criada pela empresa australiana Vow será oficialmente apresentada no Nemo Science Museum, na Holanda
Uma empresa australiana de alimentos cultivados, que cria carne em um ambiente de laboratório a partir de células animais, afirma que usou engenharia molecular avançada para ressuscitar o mamute-lanoso, extinto há 10 mil anos. E fizeram isso de um forma muito inusitada: um prato de almôndegas.
A almôndega de mamute será oficialmente apresentada no Nemo Science Museum, na Holanda, a partir desta terça-feira (28).
Como eles realizaram isso?
- A empresa Vow combinou o DNA original do mamute com fragmentos do código genético de um elefante africano para trazer a carne morta de "volta à vida", por assim dizer
- Cientistas utilizaram a mioglobina, uma proteína muscular do mamute responsável pelo sabor;
- Depois foram dados genéticos para identificar a sequência do animal pré-histórico;
- Em seguida, preencheram as ligações genéticas que faltavam com o DNA de um elefante – o parente vivo mais próximo da criatura da Era do Gelo.
Criando carne de mamute
Para concluir a carne da almôndega, cientistas usaram células-tronco mioblásticas de uma ovelha, que se replicaram no experimento. Com isso, cultivaram 20 bilhões de células, que foram usadas para gerar a carne de mamute.
No entanto, apesar de criar o que eles esperam que seja uma carne "realmente saborosa", especialistas têm muito medo de comê-la. Isso porque o DNA antigo tem uma data e validade e eles temem que a antiga proteína se mostre mortal.
James Ryall, diretor de ciências da Vow, afirmou em uma videoconferência que o mais "incrível disso tudo é que nem um único animal precisou morrer para produzir a almôndega de mamute".
Essa não é a primeira vez, no entanto, que carne é cultivada em laboratório. Cientistas buscam alternativas ao abate de gato e outras formas de proteína sustentável. Segundo estimativas, cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa da produção de alimentos emanam de alimentos de origem animal, o dobro dos equivalentes de origem vegetal.