Como a IA está ajudando a Polícia Federal a identificar golpistas do 8 de janeiro
Tecnologia usada pela PF demarca 512 pontos em cada uma das faces e compara padrões entre imagens para identificar vândalos
A inteligência artificial (IA) está sendo de muita utilidade para a Polícia Federal (PF) na busca pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos no ataque aos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
A partir do material produzido pelos peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e papiloscopistas, especialistas em identificação humana, do Instituto Nacional de Identificação (INI), investigadores estão usando softwares de identificação e realizando o exame prosopográfico, em que se comparam elementos da face de alguém com imagens ou fotos.
O homem que quebrou o relógio de Dom João VI, no Palácio do Planalto, por exemplo, foi identificado pelos papilocopistas. Antonio Claudio Alves Ferreira, de 30 anos, foi preso nesta segunda-feira (23), em Uberlândia (MG).
Nas redes sociais, vinha se disseminando a informação de que o rapaz seria um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), porém, esse tipo de análise pôde mostrar que a narrativa é falsa.
Atuação das autoridades
Ao mesmo tempo em que alguns membros do INI atuam em casos assim, uma equipe de dez peritos do setor de audiovisual da mesma organização usa a IA desenvolvida por profissionais da polícia para produzir um laudo relatando os ataques e identificando todos os golpistas que aparecem nas câmeras, tanto as de circuito interno dos prédios, quanto vídeos de celulares dos presos e imagens recolhidas e compartilhadas nas redes sociais.
Apenas no Palácio do Planalto, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, imagens foram captadas de 22 câmeras do sistema de TV interno. Com esse arsenal, os terabytes (informações digitais) das imagens são analisados pelo programa de inteligência artificial, que ajuda na montagem do que aconteceu e na identificação de todos os golpistas, quadro a quadro.
A inteligência da PF demarca 512 pontos em cada uma das faces. Esses padrões são então comparados com rostos identificados pelo mesmo processo nas fotos de presos tiradas na hora da detenção, imagens das câmeras de segurança, vídeos de celulares e outros bancos. Cruzando esses dadps, é possível encontrar compatibilidade entre as faces.
O sistema é tão avançado que foi possível identificar pessoas de máscaras e com partes do rosto coberto por panos. A IA criada para usado da PF foi desenvolvida a partir de códigos de fonte abertos de software para identificação facial.