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Como a VPN é usada no Brasil? Conexão privada não é ilegal, mas entra na mira em decisão contra o X

Uso da VPN é voltado para segurança de dados, mas pode permitir o acesso a plataformas sem identificar a localização; multa para quem utilizar VPN para acessar o X no Brasil é de R$ 50 mil por dia

30 ago 2024 - 20h42
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O X pode estar prestes a sair do ar no Brasil, de acordo com uma decisão de bloqueio do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) desta sexta-feira, 30. A medida é uma resposta a retirada da rede social do País e a ausência de representante legal da empresa por aqui. Moraes também determinou multa diária de R$ 50 mil para pessoas e empresas que utilizarem redes privadas virtuais, conhecidas como VPN, para burlar o bloqueio e acessar a rede social. O ministro chegou a determinar a retirada de aplicativos que permitem essa conexão privada das lojas virtuais, mas recusou deste último ponto horas depois.

De acordo com uma pesquisa da empresa de cibersegurança NordVPN feita em 2023, 74% dos brasileiros sabiam o que é uma VPN, mas apenas 33% das pessoas a utilizavam.
De acordo com uma pesquisa da empresa de cibersegurança NordVPN feita em 2023, 74% dos brasileiros sabiam o que é uma VPN, mas apenas 33% das pessoas a utilizavam.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

Enquanto a rede continua no ar, muitos usuários afirmaram que usariam o sistema mesmo com a proibição e a multa - uma tentativa de continuar na plataforma de Musk por mais algum tempo. Mas, embora o uso de VPN seja legal no Brasil, a conexão não pode ser usada para acessar conteúdos proibidos pelo governo local - como o X, caso ele seja bloqueado no País.

A sigla VPN vem do inglês Virtual Private Network (rede virtual privada) e se trata de uma conexão estabelecida dentro de uma rede privada para navegar na internet. Essa conexão permite que toda a atividade de um usuário seja criptografada em tempo real e dificulta o rastreamento de dados.

Por aqui, a conexão é conhecida de muitos brasileiros, mas ainda não ganhou uso amplo. De acordo com uma pesquisa da empresa de cibersegurança NordVPN feita em 2023, 74% dos brasileiros sabiam o que é uma VPN, mas apenas 33% das pessoas a utilizavam. No primeiro trimestre de 2024, esse número subiu para 37%.

O que é VPN?

A VPN é uma conexão que visa trazer segurança ao usuário. O acesso à internet via VPN oculta o IP (o endereço único de cada máquina na web) e redireciona o usuário para um servidor remoto específico. Lá, os dados passam por uma espécie de "rasura", assim o provedor de internet (ou terceiros) não podem ver quais sites foram acessados nem os dados enviados ou recebidos.

A VPN pode ser usada como ferramenta de trabalho, utilizada em aparelhos de funcionários de empresas para que acessem a rede interna de uma companhia, por exemplo. Esse tipo de conexão ficou muito popular durante a pandemia pela necessidade de usar computadores distantes das redes físicas do escritório.

Esse método permite que pesquisas sensíveis, informações sigilosas e mesmo a rede de acessos de uma empresa sejam feitas sem o risco de vazamento de dados ou que a informação de navegação do usuário esteja disponível para outras pessoas.

É por essa razão que VPNs são usadas quando um país bloqueia o acesso a um serviço digital: os provedores não conseguem ver a origem do acesso. Com isso, é possível acessar conteúdos, plataformas e sites sem restrição de localização.

No documento que determina o bloqueio do X, não fica claro como seria feita a fiscalização de uso da VPN para a aplicação da multa. Para Caíque Barqueta, especialista em segurança da informação da ISH tecnologia, o monitoramento do uso do X via VPN, caso a plataforma saia do ar, depende muito da colaboração das empresas que oferecem esse tipo de serviço.

Provavelmente a justiça irá solicitar a esses provedores informações de acessos feitos pelo Brasil para os serviços de VPNs que acessaram o site do X ou aplicativos. Vai depender do serviço de VPN a colaboração.

Nesse caso, as autoridades responsáveis no Brasil precisariam solicitar a essas empresas que compartilhem uma espécie de relatório para informar quais IPs no País usaram a VPN para acessar o X. Como muitas das empresas que oferecem esses sistemas de conexão não são brasileiras, a fiscalização da regra pode ser ainda mais difícil, por que essas empresas podem escolher se querem ou não colaborar com a Justiça.

Uso da VPN

O estudo da NordVPN afirmou que a segurança online era o principal motivo pelo qual as pessoas usavam uma VPN no Brasil. Cerca de 46% dos usuários usam a conexão principalmente para proteger seus dispositivos e contas online, enquanto 35% usam uma VPN para proteger a privacidade de seus dispositivos e atividades online.

A ferramenta também permite acessar conteúdo regional bloqueado em outras localidades. Com a VPN, o usuário pode "mudar" sua localização e escolher aquela que permite o acesso ao material. Para manter-se sem identificação, a VPN disfarça o IP por meio de um banco de dados próprio do provedor.

Como um serviço de internet, porém, especialistas em cibersegurança não recomendam o uso de VPNs de origem desconhecida. Algumas empresas do setor oferecem, inclusive, planos de uso da plataforma associados à antivírus.

De acordo com eles, conexões não verificadas ou que não possuam uma certificação podem reter dados importantes dos usuários e aumentar o risco de invasões.

"Serviços de VPN podem registrar as suas atividades online. Infelizmente, existem serviços que vendem essas informações para terceiros. Além disso, com a sua grande movimentação e recomendação de uso, cibercriminosos podem utilizar a oportunidade para criar aplicativos falsos que prometem ser serviços VPNs, enganando o usuário", afirma Barqueta.

De acordo com uma pesquisa da empresa de cibersegurança NordVPN feita em 2023, 74% dos brasileiros sabiam o que é uma VPN, mas apenas 33% das pessoas a utilizavam.
De acordo com uma pesquisa da empresa de cibersegurança NordVPN feita em 2023, 74% dos brasileiros sabiam o que é uma VPN, mas apenas 33% das pessoas a utilizavam.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão
Estadão
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