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Como é possível ter gêmeos de pais diferentes?

Considerado extremamente raro, caso resulta da fecundação de dois óvulos por espermatozoides de pessoas diferentes

8 set 2022 - 13h00
(atualizado às 15h07)
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Gêmeos de pais diferentes são casos extremamente raros; um deles aconteceu em Goiás
Gêmeos de pais diferentes são casos extremamente raros; um deles aconteceu em Goiás
Foto: Alexander Grey / Unsplash

A notícia de uma jovem goiana que teve dois filhos gêmeos de pais diferentes repercutiu nesta semana. O caso é extremamente raro. Túlio Jorge Franco, médico que acompanhou a mãe em Mineiros, no sudoeste de Goiás, disse ao "G1" que essa foi a 20ª ocorrência registrada no mundo. Atualmente, os meninos têm um ano e quatro meses, mas o caso foi divulgado por Franco nesta semana.

Chamado cientificamente de superfecundação heteroparental, esse tipo de episódio é raro porque depende de dois fatores. O primeiro, que não é tão incomum, é que a mulher precisa liberar dois óvulos no mesmo ciclo menstrual. Se fecundados, esses óvulos darão origem a dois embriões, que se tornarão gêmeos bivitelinos (também chamados de fraternos, dizigóticos ou não-idênticos).

Aí entra o segundo fator, extremamente incomum. Para que os gêmeos sejam de pais diferentes, é preciso que cada óvulo seja fecundado com êxito pelo espermatozóide de um homem diferente. Isso significa que a mulher deve ter tido relações sexuais com pelo menos dois homens durante o período fértil daquele ciclo — esse período dura em média cinco dias.

O último caso documentado aparece em um estudo publicado em 2021 na revista científica "Biomédica", que apresenta um episódio registrado na Colômbia. "Foi sugerido que este deixará de ser um evento raro, pois casos estão sendo e serão descritos com mais frequência, graças à atual disponibilidade de métodos moleculares e à popularidade e crescente número de testes de paternidade", diz um trecho do estudo.

Mulher grávida pode gerar outro embrião

Outra possibilidade também rara é a da superfetação: quando uma mulher, já grávida, gera outro embrião. Isso acontece quando, em um ciclo menstrual, a mulher libera um óvulo, que é fecundado. Depois, já grávida, ela continua a ovular — e tem esse outro óvulo fecundado também. Assim, são gerados bebês que podem ter sido concebidos com dias ou semanas de diferença.

Caso esses óvulos sejam fecundados por espermatozóides de pessoas distintas, também é possível haver um caso de gêmeos de pais diferentes. Episódios desse tipo, no entanto, ainda não foram documentados.

Fonte: Redação Byte
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