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Como o app Shazam está mudando a indústria da música

11 out 2015 - 10h18
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Há apenas nove meses, a cantora americana Rachel Platten estava prestes a completar 34 anos e, sem nunca ter emplacado um hit, pensava em abandonar sua carreira na música. Isso mudou de uma hora para a outra quando a sua canção "Fight Song" começou a tocar no rádio e tornou-se um sucesso. Hoje, ela tem um contrato com uma gravadora e já foi convidada duas vezes para se apresentar junto com Taylor Swift, um dos maiores nomes do pop na atualidade. Boa parte desta virada se deve ao aplicativo Shazam.

Foto: Divulgação

Este programa para celular permite identificar músicas desconhecidas. Quando o usuário ouve uma canção de que gosta, ele pode acionar o app, que reconhece a canção e traz na tela do smartphone seu nome e letra.

No caso da canção de Patten, após ela ser tocada em uma rádio americana, ela recebeu tantos "shazams" que uma gravadora lhe ofereceu um contrato 72 horas depois da música ir ao ar pela primeira vez.

"É muito legal olhar para trás e ver que detectamos a primeira faísca de sucesso de artistas como Rachel Patten", diz Daniel Danker, vice-presidente de produto do Shazam.

"Basta os usuários darem alguns 'shazams' em uma música para notarmos que algo mudou. Analisamos isso de perto e, como você pode ver neste caso, as gravadoras também. Para Rachel Patten, isso deu o pontapé em sua carreira."

Prevendo hits

Não há como negar a importância dos dados coletados por meio do Shazam para a indústria musical. Ele ajuda prever quais músicas farão sucesso no futuro a partir de quantos "shazams" uma faixa específica está recebendo.

No escritório da empresa, em São Francisco, nos Estados Unidos, Danker diz que hoje o programa serve para "conectar artistas e fãs".

"As pessoas não dão um 'shazam' em algo que não gostam. Elas fazem isso com músicas que gostam, mas não reconhecem", diz Danker.

A Warner Music tornou-se a primeira gravadora a assinar um acordo oficial com o aplicativo no ano passado. Isso significa que a empresa pode ver os dados relacionados a quaisquer de seus artistas. A Warner Music criou até mesmo uma empresa menor para cuidar de artistas descobertos pelo aplicativo.

Também é difícil pensar que outra companhia possa desafiar o Shazam. O nome do programa já tornou-se quase um verbo, usado para descobrir o nome de músicas e os artistas que a cantam.

"Primeiro, foram os fãs que começaram a falar assim. Depois, os artistas começaram a fazer o mesmo", afirma Danker.

Evolução

O aplicativo vem evoluindo e, recentemente, lançou uma ferramenta para que artistas compartilhem as músicas que estão ouvindo com seus fãs.

"Essencialmente, o que estamos tentando criar é a maior rede de fãs do mundo", diz Danker.

"Artistas criaram uma enorme base de fãs dentro do Shazam conforme o público foi descobrindo novas músicas. O rapper Pitbull tem, por exemplo, 46 milhões de seguidores."

A cantora Demi Lovato foi além e usou o Shazam para determinar as cidades de seu tour pela Europa ao pedir que fãs dessem um "shazam" em suas músicas de onde estivessem.

"Ela recebeu mais de 2 milhões de 'shazams' em 24 horas e escolheu para se apresentar nos lugares onde mais gente fez isso", diz Danker.

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