Como o Google ganha dinheiro?
Em fevereiro de 2016, o Google ultrapassou, por um breve período, a Apple e se transformou na companhia mais valiosa do mundo alcançando um valor de mercado de mais de US$ 500 bilhões.
Este número não surpreende já que a gigante do setor de tecnologia registrou lucros de US$ 75 bilhões apenas em 2015. Isto é cerca de US$ 2,4 mil por segundo.
No entanto seu serviço principal, o de buscas, é grátis.
Com isso surge a pergunta: como o Google ganhou todo este dinheiro?
De acordo com o relatório Anual de 2015 da empresa, dos US$ 75 bilhões em lucros registrados em 2015, US$ 23 bilhões foram de lucros operacionais.
A gigante da tecnologia ganhou US$ 67,4 bilhões em 2015 apenas em lucros com propaganda. Destes US$ 67,4 bilhões, US$ 52,4 bilhões foram com anúncios nos websites do Google e US$ 15 bilhões foram graças a anúncios servidos pelo Google em outros websites.
Outros US$ 7,2 bilhões vieram de outras fontes.
A maior parte do dinheiro veio dos Estados Unidos, US$ 34,8 bilhões. Do resto do mundo vieram US$ 33,1 bilhões para os cofres do Google e US$ 7,1 bilhões vieram apenas da Grã-Bretanha.
Busca por lucros
Desde seu lançamento em 1998, o Google cresceu muito em termos de lucros e também no número de produtos que oferece.
Em 2004, o Google lançou o Gmail, seu serviço de email.
No ano seguinte, em 2005, a gigante de tecnologia transformou o mapeamento digital em algo próximo de todos com o Google Maps.
Em 2006, o império se expandiu com a compra do YouTube por US$ 1,65 bilhão.
Em 2008, a empresa lançou o seu próprio navegador, o Chrome. No mesmo ano, a companhia lançou o Android, sistema operacional para celulares.
No ano de 2012, o Google lançou a loja de aplicativos Google Play.
Jeito com as palavras
O Google consegue a maior parte de seus lucros com a venda de oportunidades de propaganda nas páginas de busca que muitos de nós usamos.
Os anunciantes fazem propostas para ter seus produtos ou serviços mostrados nas páginas de resultados de consultas para buscas relevantes.
Uma combinação do tamanho da oferta e a qualidade de um potencial anúncio influencia a posição em que o anúncio vai aparecer: quanto mais para cima na página, maiores as chances de um usuário ver.
Para estimular práticas eficientes de licitação, o Google usa o sistema de leilão Vickrey. Os autores das propostas não sabem como são as ofertas dos outros.
Quando todas as ofertas chegam, ganha o melhor anunciante, mas na realidade ele paga o preço mandado pela segunda melhor proposta.
Mas isto não é tudo.
O Google também leva em consideração a relevância da página de destino do anunciante para a busca, privilegiando a maior especificação do produto oferecido.
Por exemplo: se um anunciante tem uma página que é totalmente sobre seguro de carros, teria que fazer uma oferta menor para aparecer no topo dos resultados de publicidade paga quando o usuário googlar "seguro de carros" do que um anunciante que tem uma página sobre seguros em geral. O Google chama isso de "nível de qualidade".
Cada clique conta
A atração do serviço para os anunciantes é que eles podem dirigir a publicidade aos usuários do Google que já expressaram seu interesse no que o anunciante vende e ignorar os usuários que não têm interesse no produto.
E isto é conhecido como publicidade contextual.
Além disso, os anunciantes só tem que pagar ao Google depois que alguém realmente clicar em uma das propagandas e podem estabelecer orçamentos para limitar os gastos mensais.
O Adwords, lançado no ano 2000, continua sendo a fonte primária de lucros da Google.
Mas oGoogle também ganha dinheiro com publicidade quando você não está em um de seus sites.
A rede de Adsense da gigante de tecnologia coloca propagandas em sites associados - desde blogs até os principais produtores de conteúdo - e o Google fica com uma parte dos lucros.