Como saber se uma inteligência artificial "ganhou vida"? Estudo dá dicas
Pesquisa indica que nenhum sistema de IA atual é consciente, mas não existem barreiras óbvias para que cenário mude
A inteligência artificial ainda não chegou ao ponto de ter uma consciência, como o que acontece nos filmes. Entretanto, um grupo de 19 neurocientistas, filósofos e cientistas da computação publicou na terça-feira (22) um estudo que traz uma lista de sinais que sistemas na iminência de "ganharem vida" podem apresentar.
A pesquisa está disponível na plataforma arXiv e ainda será analisada por pares da comunidade científica.
O ponto central dos teóricos é enquadrar os sistemas de IA nos estudos da biologia que definem a consciência. Se uma programação se alinha a critérios de muitas dessas teorias, existe uma maior probabilidade de que ela seja consciente, segundo o artigo.
A equipe chegou a uma lista final de "indicadores de consciência". Veja alguns deles:
- Ter múltiplos sistemas especializados que podem trabalhar ao mesmo tempo (chamados pelos cientistas de "módulos");
- Ter um espaço de trabalho com capacidade limitada, o que cria um gargalo no fluxo de informações, e um mecanismo de atenção seletiva;
- Ter módulos de percepção gerativos, capazes de introduzir ruído no raciocínio;
- Ter uma agência guiada por um sistema geral de formação de crenças e seleção de ações;
- Aprender com feedback e selecionar saídas para perseguir objetivos, especialmente quando isso envolve responder de forma flexível a objetivos concorrentes.
Os autores afirmam que o artigo está longe de ser uma visão final sobre como avaliar sistemas de IA quanto à consciência e que desejam que outros pesquisadores ajudem a refinar sua metodologia.
A boa notícia é que nenhuma IA atualmente parece estar "viva", na visão dos pesquisadores — por hora.
"A nossa análise sugere que nenhum sistema de IA atual é consciente, mas também sugere que não existem barreiras técnicas óbvias à construção de sistemas de IA que satisfaçam estes indicadores", diz a pesquisa.