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Computador com células cerebrais humanas é capaz de reconhecer vozes; conheça

Sistema seria capaz de interpretar respostas em áudio e identificar locutores individualmente

12 dez 2023 - 18h39
(atualizado às 19h34)
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Células cerebrais
Células cerebrais
Foto: Reprodução/Getty Images

Pesquisadores das Universidades de Indiana, Flórida e Cincinnati, EUA, criaram um "biocomputador" híbrido, feito com tecido cerebral humano cultivado em laboratório e circuitos eletrônicos, capaz de realizar tarefas, como reconhecimento de voz. O artigo da criação foi publicado na segunda-feira, 11, na revista Nature Electronics.

No artigo, os pesquisadores Hongwei Cai, Zheng Ao, Chunhui Tian, Zhuhao Wu, Hongcheng Liu, Jason Tchieu, Mingxia Gu, Ken Mackie e Feng Guo chamam o biocomputador de Brainoware e explicam que ele utiliza organoides (porções de células humanas capazes de "imitar" tecidos) transformados em neurônios - bem parecidos com o que temos no cérebro - junto com circuitos eletrônicos comuns de um computador.

O objetivo com o Brainoware é construir "uma ponte entre IA e organoides" e aproveitar a velocidade com que o cérebro humano computa informações e sua eficiência energética, conforme explicou o coautor do artigo Feng Guo à revista Nature.

Além disso, a tecnologia do biocomputador poderá ser integrada futuramente em sistemas de inteligência artificial (IA). Para testar o Brainoware, os pesquisadores treinaram o sistema com gravações de oito pessoa falando e, em resposta, o organoide gerou uma atividade neural diferente para cada voz. A tecnologia teria sido capaz de aprender a interpretar cada fala e identificar cada locutor com uma precisão de 78%.

À Nature, os pesquisadores disseram estar empolgados em continuar descobrindo novas formas de estudar o cérebro humano, inclusive para pesquisar sobre distúrbios neurológicos como o Alzheimer. Guo também disse que os próximos passos incluem analisar os organoides para verificar se eles seriam capazes de realizar tarefas mais complexas e garantir que sejam mais estáveis e confiáveis.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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