Conheça amor de Rita Lee pela astronomia; cantora será velada em planetário
Em homenagem à artista, o planetário irá projetar o céu do dia do nascimento da cantora
A rainha do rock brasileiro, Rita Lee, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. A família da cantora informou que a artista será velada no planetário do Ibirapuera, em São Paulo, lugar propício para a estrela do rock que amava astronomia.
Em nota ao Byte, o planetário informou que o local para o velório foi uma escolha da família, já que, conforme relatado em sua biografia, Rita Lee tinha uma relação afetiva com o planetário do Ibirapuera, onde frequentava quando criança.
Em homenagem à artista, o planetário irá projetar, durante o velório, o céu do dia do nascimento da cantora.
De “por você vou roubar os anéis de Saturno” a “sou parceiro do futuro, na reluzente galáxia”, a cantora sempre fez menções aos mistérios do universo em suas composições; seja na carreira solo ou como vocalista dos Mutantes.
A canção "Dois Mil e Um" (também grafada como "2001") foi escrita por Tom Zé; inicialmente, chamava-se "Astronauta Libertado". Rita fez uma releitura em uma versão "caipira" da música, que foi gravada pelos Mutantes.
Com a influência do pai, o dentista Charles Jones, que acreditava fielmente nos conceitos da ufologia, Rita passou a se aproximar do tema e levou os óvnis para suas canções.
“Da minha janela vejo uma luz, brilhando no céu da terra, é azul, é azul, não é avião, não é estrela, aquela é a luz de um disco voador”; a letra da canção “Disco Voador” deixa claro que Rita Lee também era fã de ufologia.
Em 2016, Rita Lee fez uma participação na série “Manual para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis”, veiculada pela Warner Channel, onde a cantora interpretou uma extraterrestre.
Com direção de André Moraes, a participação de Rita na série não poderia ser mais icônica: a roqueira dá vida à mestre dos aliens, com direito à chegada dela pelo céu de São Paulo "aterrissando" no topo de um prédio (a Câmara Municipal de São Paulo).
No Instagram, um dos filhos da cantora, o artista plástico Antio Lee escreveu: "Esperando você me visitar nos meus sonhos para continuar as nossas longas conversas sobre o universo".
O planetário
O planetário de São Paulo será o local onde o corpo da artista será velado, nesta quarta-feira (10), das 10h às 17h. O espaço publicou uma homenagem à rainha do rock pelas redes sociais.
“Lamentamos profundamente a morte de Rita Lee, a Rainha do Rock Brasileiro, que faleceu hoje, aos 75 anos. Em 1999, Rita realizou um show na Praça da Paz, no @ibirapueraoficial, que arrastou multidões. Em agosto de 2022, no Efestival, que aconteceu na plateia externa do Auditório Ibirapuera, a cantora foi homenageada por Beto Lee, seu filho”, escreveu o perfil do planetário do Ibirapuera, no Instagram.
“As suas letras e composições geniais continuarão, para sempre, em nossa memória e na cultura do nosso país”, incluiu a página.
O planetário do Ibirapuera foi o primeiro a ser construído no Brasil, em 1957. O espaço faz parte da memória escolar de muitos adultos, que provavelmente descobriram o fascínio pelos astros e estrelas em alguma excursão ao planetário.
O prédio do Planetário Ibirapuera, em conjunto com a Escola de Astrofísica, é considerado um patrimônio histórico, científico e cultural.
O local é tombado pelo Conselho Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT).
Previamente, o planetário havia divulgado a atração de reabertura do espaço:“Olhar o céu de São Paulo outra vez”, para visitação do público a partir desta sexta-feira (12).
“Presente na memória de muitos paulistanos, esta sessão destaca o céu de São Paulo, que há muito não se vê por causa da poluição luminosa e crescimento desenfreado da cidade. O público poderá conhecer este lugar icônico - e que ainda hoje encanta gerações - e que foi o primeiro Planetário construído no Brasil”, informou o planetário.
O céu de São Paulo é o destaque da exposição que, coincidentemente ou não, tem tudo a ver com a “mina de sampa”, que era apaixonada pela capital paulista e por astronomia.