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Conta de Bolsonaro no Twitter mantém polêmica após divulgar vídeo controverso para criticar Carnaval de rua

6 mar 2019 - 10h38
(atualizado às 20h47)
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A conta do presidente Jair Bolsonaro no Twitter manteve nesta quarta-feira acesa uma polêmica iniciada na véspera, quando publicou um vídeo controverso acompanhado de críticas ao Carnaval de rua no país.

Presidente Jair Bolsonaro
21/02/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro 21/02/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

No vídeo publicado na noite de terça, um homem aparece em cima de um ponto de ônibus colocando o dedo no próprio ânus e, na sequência, um outro homem urina em sua cabeça. De acordo com a conta do presidente, "é isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro".

"Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões", escreveu a conta de Bolsonaro na postagem que acompanha o vídeo.

Nesta quarta, após forte repercussão nas redes sociais, a conta do presidente brasileiro no Twitter perguntou "O que é golden shower?", em aparente referência ao nome dado à prática de uma pessoa urinar sobre a outra e que foi citada por usuários do site de microblogs em resposta ao vídeo publicado na véspera.

A divulgação do vídeo pelo presidente gerou uma onda de críticas de pessoas que entenderam que ele não agiu de forma apropriada com o cargo que ocupa ao divulgar o vídeo.

Na manhã desta quarta-feira, a hashtag #ImpeachmentBolsonaro liderava os principais assuntos do Twitter no mundo. No ranking brasileiro da rede social, as cinco hashtags mais comentadas faziam referência ao vídeo divulgado por Bolsonaro.

Já à noite, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota que afirma que as imagens que aparecem no vídeo mostram "um crime, tipificado na legislação brasileira, que violenta os valores familiares e as tradições culturais do Carnaval". A nota, ressalta, no entanto, que Bolsonaro não pretendeu fazer uma crítica generalizada à festa popular.

"Não houve intenção de criticar o Carnaval de forma genérica, mas sim caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular."

Questionado por jornalistas sobre os tuítes de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão repetiu várias vezes "sem comentários". Perguntado sobre uma repercussão negativa no exterior e se o episódio poderia atrapalhar o andamento da reforma da Previdência, Mourão procurou minimizar a situação.

"Acho que não, é aquela história, morre amanhã, tá morto amanhã", disse. "Isso passa, passa, tudo passa."

Mais cedo, o Twitter informou apenas que "tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis."

Durante o Carnaval, Bolsonaro foi alvo de críticas e ofensas em blocos de várias cidades do Brasil. O presidente também usou as redes sociais durante o feriado para criticar artistas que ele afirma serem dependentes da Lei Rouanet, prometer uma "Lava Jato da educação" e responder a uma jornalista que o criticou pela publicação do vídeo na terça.

Bolsonaro tem 3,4 milhões de seguidores no Twitter e o vídeo divulgado por ele teve 2,34 milhões de visualizações.

Também nesta quarta, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) usou o Twitter para anunciar que fará uma representação contra Bolsonaro pela publicação do vídeo.

"Vamos representar Jair Bolsonaro pelo vídeo que postou. A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia", escreveu o parlamentar petista.

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