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Conteúdo adulto combate protestos na China? Estudo diz que não

Análise de Stanford aponta que governo chinês provavelmente não está por trás da onda de anúncios adultos que apareceram durante protestos

21 dez 2022 - 12h35
(atualizado às 12h37)
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Buscas sobre cidades chinesas no Twitter durante protesto mostraram anúncios adultos
Buscas sobre cidades chinesas no Twitter durante protesto mostraram anúncios adultos
Foto: Depositphotos

Durante os protestos contra a política chinesa de covid zero, o Twitter foi invadido por uma onda de anúncios de conteúdo adulto em chinês, quando eram feitas buscas com nomes de cidades daquele país. Muitos identificaram uma possível tática do governo chinês para esconder informações sobre as manifestações.

Entretanto, um estudo do Observatório da Internet de Stanford aponta que, provavelmente, Pequim não tenha nada a ver com o spam de serviços de acompanhantes. 

“Embora o spam tenha abafado conteúdo legítimo relacionado a protestos, não há evidências de que tenha sido projetado para isso, nem de que tenha sido resultado de esforço deliberado do governo chinês”, escreveu David Thiel, autor do relatório, citado pela MIT Technology Review.

Contas existentes

O pesquisador identificou dois motivos principais. O primeiro é que as contas já vinham publicando spam há bastante tempo. Além disso, tuitaram mais antes de os protestos começarem e continuaram depois de terminarem.

Foram analisadas atividades de mais 600 mil contas de 15 a 29 de novembro, sendo que o pico dos protestos aconteceu em 27 de novembro.

Em segundo lugar, a onda de spam de conteúdo adulto não foi muito efetiva em esconder as informações sobre os protestos. Os anúncios sobre serviços de acompanhantes costumam usar nomes de várias cidades chinesas como palavras-chave e hashtags.

Os pesquisadores descobriram, no entanto, que não adotaram as hashtags usadas nos protestos, como #A4Revolution ou #ChinaProtest2022. Não havia nenhum spam nos cerca de 30 mil tuítes analisados que adotaram essas hashtags.

Após os protestos, a China decidiu, no começo deste mês, flexibilizar a política de covid zero, que envolvia testagem em massa, lockdowns e isolamento de pessoas infectadas em centros médicos do próprio governo.

Histórico de spam

A desconfiança veio porque, em outras ocasiões, o governo chinês fez campanhas no Twitter para combater protestos. Em 2019, usou contas de spam para disseminar mensagens a favor da China e atacar ativistas pró-democracia em Hong Kong.

Algumas dessas contas costumavam publicar anúncios de sexo. Mas, conforme afirmou Elise Thomas, analista sênior do Instituto para Diálogo Estratégico, em entrevista à Technology Review, contas robôs que eram usadas para spam adulto foram vendidas para o governo chinês naquela ocasião e começaram a publicar mensagens políticas, sem que o histórico fosse apagado.

Então, provavelmente, Pequim também não usou anúncios de sexo contra os protestos de Hong Kong. 

Fonte: Redação Byte
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