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Conteúdo ultraviolento é postado no Twitter sem restrições, mostra estudo

Entre abril e maio de 2023, o portal Núcleo Jornalismo acompanhou 40 perfis da comunidade gore no Twitter

1 jun 2023 - 12h33
(atualizado às 12h43)
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Violência no Twitter é alvo de pesquisas
Violência no Twitter é alvo de pesquisas
Foto: drobotdean/Freepik

O Twitter se tornou mais violento, com conteúdos que vão de automutilação até assassinatos. É o que mostra uma análise realizada pelo Núcleo Jornalismo, plataforma que cobre e investiga o impacto das redes sociais nas vidas das pessoas. 

Entre abril e maio de 2023, eles acompanharam quarenta perfis da comunidade gore no Twitter, que publicaram mais de três horas de filmagens de vídeos curtos e centenas de imagens com conteúdo violento em apenas um mês.

Gore é um subgênero cinematográfico dos filmes de horror, caracterizado pela presença de cenas extremamente violentas. A expressão vem sendo usada na internet para classificar conteúdos que exibem conteúdo violento explícito, de natureza geralmente real. 

Esse conteúdo analisado pelo Núcleo, conforme relatado pela plataforma, continha imagens de soldados mortos na guerra na Ucrânia, abuso contra animais, abuso sexual, necrofilia, autópsias, assassinatos, violência e brutalidade policial, entre outros.

"Ao longo da nossa apuração em abril sobre um grupo no Twitter que incentiva e glorifica ataques em escolas, encontramos contas que compartilharam vídeos de gore do Estado Islâmico e do massacre de Christchurch, na Nova Zelândia", relata o Núcleo Jornalismo.

A pesquisa observou que muitos dos usuários que cultuam e incentivam massacres em escolas também consomem vídeos violentos, geralmente com abuso contra mulheres ou brutalidade policial contra minorias.

Para facilitar a busca por postagens mais violentas, os membros do grupo utilizam um dicionário de termos que categoriza diferentes tipos de violência, crimes e formas de automutilação. Alguns chegam a anunciar a venda de conteúdo violento.

O Twitter não respondeu aos pedidos de contato do Núcleo para esclarecimentos.

Crime

Além de ser insensível, publicar e compartilhar fotos de pessoas mortas pode ser considerado crime. A depender do fato e circunstâncias, o caso pode ser enquadrado no artigo 212 do Código Penal. Seria, no caso, um crime de vilipêndio a cadáver, cuja pena prevista é de detenção de um a três anos.

Todas as plataformas de redes sociais têm políticas de conteúdo sensível e permitem que qualquer usuário faça uma denúncia de uma publicação.

Fonte: Redação Byte
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