Corvos espertos roubam metal "anti-pássaros" de casas e põem nos ninhos

Pesquisadores holandeses descobriram que alguns corvos e gralhas roubam espinhos "anti-pássaros" de alguns telhados para colocar os pedaços de metal em seus próprios ninhos. É o que afirma um estudo publicado no periódico Deinsea na terça-feira (11).

Segundo cientistas do Centro de Biodiversidade Naturalis da Holanda e do Museu de História Natural de Roterdã, as aves aprenderam a espantar predadores exatamente da mesma forma que os humanos afastam os pássaros de suas casas: espetando-os.

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Nos ninhos analisados, não faltaram peças como agulhas de tricô, alfinetes e até pedaços de arame farpado roubados de telhados.

Um ninho com mais de 1.500 peças de metal foi encontrado em uma árvore próxima a um hospital na Antuérpia, na Bélgica, e observações parecidas também já foram observadas nas cidades de Glasgow e Enschede, na Holanda.

Os emaranhados de galhos, alfinetes e arames formam verdadeiras fortalezas, com objetos afiados que intimidam predadores.

"Quando você pensa que já viu de tudo depois de meio século de história natural, esses corvos e pegas criativos realmente me surpreendem novamente", diz Kees Moeliker, diretor do Museu de História Natural de Roterdã.

A inteligência acima da média dos corvos é velha conhecida da ciência, com alguns especialistas equiparando a capacidade cognitiva de um desses bichos à de uma criança humana de sete anos.

Estudos mostram que eles são inventores natos de ferramentas, dobrando arames para fisgar alimentos, por exemplo. Eles também reconhecem rostos e exibem certa capacidade de associá-los às ações que viram os indivíduos cometerem no passado — uma recompensa ou um mau-trato, por exemplo.

Os corvos também compreendem conceitos complexos, como o deslocamento de volume. Em um teste, os animais jogaram pedras em um tubo cheio de água até que um petisco, que boiava no líquido, fosse trazido à altura de seus bicos.