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Covid-19 é transmissível por cadáveres por duas semanas, descobrem cientistas

O vírus causador da covid-19 é encontrado em cadáveres até 17 dias após a morte, e podem transmitir a doença: alerta é importante para profissionais de saúde

16 dez 2022 - 22h16
(atualizado em 17/12/2022 às 19h34)
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Diversos estudos ao redor do mundo estão apontando que cadáveres de pacientes que faleceram de covid-19 continuam espalhando o vírus por mais de duas semanas após o óbito. Apesar de não ser um grande fator de contágio, há perigo para legistas, patologistas e profissionais de saúde que lidam com corpos no geral.

Em alguns países, mortos em decorrência da infecção por SARS-CoV-2 são deixados sem cuidados ou levados de volta para casa, o que leva os cientistas a avisarem o público sobre a informação acerca dos corpos. Nos estudos, notou-se que os cadáveres seguem infecciosos por até 17 dias após a morte, carregam grandes quantidades virais e, em hamsters em cativeiro, os mortos foram vistos transmitindo a doença aos vivos.

Foto: Pressmaster/Envato Elements / Canaltech

Descobrindo infecções

Não há publicação por pares da pesquisa que compila as descobertas, mas especialistas da área garantem que os resultados são verdadeiros, promissores e importantes. Em lugares como o Brasil e os Estados Unidos, corpos de pacientes de covid-19 são embalsamados ou cremados logo após a morte, e as famílias não têm mais acesso ao falecido, o que impede infecções. Nos Países Baixos e em outros países, no entanto, os familiares costumam lavar e vestir os cadáveres, o que se mostra perigoso nestes casos.

No Japão, por exemplo, o governo alertou as famílias ainda em 2020 para se manterem distantes dos mortos, evitando tocá-los ou mesmo vê-los. Foi recomendado selar os corpos em sacos impermeáveis e cremar os restos dentro de 24 horas. Em maio deste ano, as recomendações foram revisadas para permitir visitas, mas em ambientes controlados e esterilizados em salas de hospital.

Analisando amostras dos narizes e pulmões de 11 pacientes que faleceram de covid-19, pesquisadores encontraram altas cargas do vírus em 6 dos mortos, até 13 dias após a morte. Os níveis eram parecidos com o de pacientes clínicos vivos. Em estudos com hamsters, a transmissão foi vista de mortos para vivos, em especial quando o animal falecia logo após a infecção, o que foi observado em humanos.

Nos cadáveres, foram encontrados mais vírus nos pulmões do que na parte superior do trato respiratório, o que urge cuidado por parte de profissionais forenses e médicos durante autópsias. Os corpos juntam gases e os expelem por todos os orifícios, incluindo a boca, o que pode levar à transmissão.

Casos mais dramáticos envolvendo a transmissão pelos mortos aconteceram durante epidemias de Ebola, na África, já que a doença lança vírus por todos os fluidos do corpo e em todas as suas partes. A patologia mata até 70% dos infectados, o que é diferente com a covid-19, onde 3% dos diagnosticados vai a óbito. Mesmo assim, fica claro o exemplo.

Os cientistas, no fim das contas, lembram que é muito mais provável pegar o SARS-CoV-2 de um vizinho ou pessoa do convívio próximo, mas não deixam de avisar para que se tenha cuidado com os corpos dos entes queridos. Se despedir é importante, mas não deve colocar os vivos em risco desnecessário.

Fonte: CDC, PubMed 1, 2, 3MedRxiv, BioRxiv

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