Covid-19: estudos voltam a apontar mercado de Wuhan como epicentro da doença
Pesquisas mais recentes mapearam a localização dos infectados pelo vírus e até o esgoto do mercado de Wuhan, solucionando mistérios sobre as primeiras infecções
Novos estudos voltam a apontar que o mercado de frutos do mar e animais da cidade de Huanan, na província de Wuhan, na China, foi o epicentro da pandemia de covid-19 pela qual passamos nos últimos anos. Duas pesquisas revisadas por pares revisaram dados acerca do primeiro surto, que aconteceu na mesma cidade.
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Enquanto um dos estudos procurou identificar a origem dos primeiros casos confirmados de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, o outro analisou dados genéticos do patógeno para montar uma cronologia da epidemia e subsequente pandemia. Tudo aponta para o surgimento de duas variantes em humanos entre novembro e início de dezembro de 2019.
Evidências da covid-19 em Wuhan
Evidências estudadas pelos cientistas mostram a presença do patógeno em mamíferos vivos vendidos no mercado de Huanan no final de 2019, que acabou infectando trabalhadores e compradores em duas ocasiões diferentes. O incidente é chamado de infecção por transbordamento, quando o vírus passa de animal para humano.
A confusão anterior vinha do fato de que, de centenas de hospitalizados em Wuhan em decorrência da infecção por covid-19, apenas 50 pacientes tinham uma ligação direta e rastreável com o mercado em questão. Agora, sabendo mais sobre os vírus, a conclusão é que pacientes que ficaram apenas levemente doentes e não foram ao hospital tenham transmitido o patógeno para outras pessoas.
O achado é apoiado por um mapeamento dos primeiros casos, que mostra uma porcentagem grande de infectados que moravam perto do mercado, mesmo sem ter conexão conhecida com o local (ou seja, não compravam ou trabalhavam por lá). Foram as primeiras transmissões comunitárias. Huanan tem mais de 7.770 km², deixando uma probabilidade de infecção maior em torno do mercado.
Também foi criado um mapeamento das amostras de fluido dos ralos e barracas do mercado, que testaram positivo para o SARS-CoV-2. A maioria delas veio do sudoeste do mercado, que vendia espécies como cães-guaxinim, vulneráveis ao vírus, à época. Outro estudo mostrou que quase 50 mil animais de 38 espécies diferentes foram vendidos nos 18 meses antecedentes à pandemia, facilitando o transbordamento do patógeno.
Origem não é de laboratório
Os cientistas responsáveis esperam que os resultados ajudem a desmistificar o início da pandemia, já que muitas pessoas parecem acreditar que o vírus causador da covid-19, o SARS-CoV-2, teria sido criado em laboratório e espalhado acidental ou intencionalmente pelo mundo.
Especialistas apontam que a culpa foi de práticas insalubres e anti-higiênicas no mercado de Wuhan, que já haviam sido reportadas às autoridades locais. As evidências de infecção por transbordamento dão garantias muito grandes de que o acontecimento foi o culpado pelo início das infecções. Para os pesquisadores, o mais importante é focar nesse fato para impedir ocorrências semelhantes e não dar atenção ao problema errado.
Fonte: BBC
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