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Covid matou pais ou cuidadores de 10 milhões de crianças, diz estudo

Pesquisa estima que regiões da África e da Ásia foram as mais afetadas; cientistas apontam necessidade de investir no suporte aos órfãos

16 set 2022 - 11h59
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Cerca de 7,5 milhões de crianças ficaram órfãs de pai ou mãe, enquanto outras 3 milhões perderam cuidadores (Imagem: bondarillia/Unsplash)
Cerca de 7,5 milhões de crianças ficaram órfãs de pai ou mãe, enquanto outras 3 milhões perderam cuidadores (Imagem: bondarillia/Unsplash)
Foto: Canaltech

Cerca de 10,5 milhões de crianças ao redor do mundo tiveram pai, mãe ou cuidadores que morreram devido à covid-19. Destas, cerca de 7,5 milhões ficaram órfãs de pai ou mãe, enquanto as demais perderam cuidadores.

Este é o resultado de um estudo de modelagem (que simula matematicamente um fenômeno real), publicado na revista científica "Jama Pediatrics".

A pesquisa, que traz números muito superiores às estimativas anteriores, aponta regiões da África e do sudeste da Ásia como as mais afetadas pelo problema. Os países com maiores números de órfãos foram Índia, Indonésia e Egito.

Durante a pandemia, o número de mortes registradas foi superior ao número esperado de vítimas fatais. Essa diferença é chamada de excesso de mortes. Na pesquisa, os cientistas analisaram esse índice em cada país, entre janeiro de 2020 e maio de 2022, ao lado das taxas de fertilidade em cada um deles.

Os dados ajudaram a equipe a ter uma ideia de quantas crianças podem ter sido afetadas por cada morte, em cada país, durante o período avaliado.

Pesquisas divulgadas anteriormente estimaram que cerca de 1,5 milhão de pessoas menores de 18 teriam perdido pais ou cuidadores durante o primeiro ano e dois meses de pandemia. Um ano depois, as estimativas são muito superiores.

Pesquisadora acredita que mais ações precisam ser tomadas para apoiar as crianças que se tornaram órfãs (Imagem: Johannes Waibel/Unsplash)
Pesquisadora acredita que mais ações precisam ser tomadas para apoiar as crianças que se tornaram órfãs (Imagem: Johannes Waibel/Unsplash)
Foto: Canaltech

Mais testes influenciaram resultados sobre covid-19

Susan Hillis, coautora do estudo e epidemiologista na Universidade de Oxford (no Reino Unido), disse à revista "Nature" que os números maiores apresentados na pesquisa se devem ao aumento da disponibilidade de testes de covid-19 e ao momento em que países de menor renda divulgaram mais dados relativos à pandemia.

A pesquisadora acredita que mais ações precisam ser tomadas para apoiar as crianças que se tornaram órfãs. Segundo o estudo, apenas os Estados Unidos e o Peru anunciaram algum tipo de medida relacionada aos órfãos da covid. Para os pesquisadores, o investimento no apoio a crianças órfãs pela AIDS pode ser um exemplo a ser seguido.

“Evidências ressaltam três componentes essenciais: prevenir a morte de cuidadores por meio da aceleração das vacinas, contenção e tratamento; preparar as famílias para providenciar cuidados alternativos seguros; e proteger crianças órfãs por meio de suporte econômico, prevenção da violência, apoio paternal e acesso à escola”, conclui o estudo.

Fonte: Redação Byte
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