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Crianças com síndrome de Down há 5 mil anos receberam enterros nobres

Estudo revelou que os grandes enterros de bebês com síndrome de Down significa que eram especiais, e recebiam colares, anéis e conchas

21 fev 2024 - 10h57
(atualizado às 11h01)
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Crianças com síndrome de Down em sociedades de 5.000 anos receberam enterros nobres
Crianças com síndrome de Down em sociedades de 5.000 anos receberam enterros nobres
Foto: iStock

Crianças com síndrome de Down em sociedades com 5.000 anos receberam enterros nobres e foram tratadas com “cuidado e apreço", revelou estudo publicado na revista científica Nature Communications.

Os cinco cemitérios pré-históricos analisados estavam localizados dentro de assentamentos e, em alguns casos, acompanhados de itens especiais, como colares de contas coloridas, anéis de bronze ou conchas. 

A descoberta foi feita em um dos sítios espanhóis da Idade do Ferro, em uma aldeia chamada Alto de la Cruz, perto da cidade de Navarro. No local, também foi descoberto o caso mais antigo de síndrome de Down já registrado. 

De acordo com o estudo, os pesquisadores identificaram os indivíduos como provenientes da Irlanda Neolítica (3500 aC), da Bulgária da Idade do Bronze (2700 aC), da Grécia (1300 aC), da Espanha da Idade do Ferro (600 aC) ou da Finlândia pós-medieval (1720 aC).

Os pesquisadores revelaram que os grandes enterros de pessoas com síndrome de Down significam que eram “bebês especiais”. 

Cientistas descobriram os restos mortais do caso mais antigo de síndrome de Down já registrado
Cientistas descobriram os restos mortais do caso mais antigo de síndrome de Down já registrado
Foto: Institute for Revolutionary Anthropology

O estudo

Foram analisados os dados de 9.855 indivíduos pré-históricos e históricos, sendo feito o registro do número e a proporção de cromossomos autossômicos.

Um cromossomo autossômico é o número de genes que uma pessoa possui - os humanos têm 44 cromossomos autossômicos e dois cromossomos, mas as pessoas com teste positivo para síndrome de Down têm um cromossomo autossômico extra.

As estimativas de idade a partir de restos de esqueletos mostraram que todos os seis indivíduos morreram muito jovens, com apenas uma criança atingindo cerca de um ano.

A análise permitiu à equipe rastrear o movimento e a mistura de pessoas, e até mesmo descobrir patógenos antigos que afetaram suas vidas. Dezenas de outras crianças foram descobertas enterradas sob o chão de residências próximas. 

O principal autor do estudo, Adam 'Ben' Rohrlach, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (MPI-EVA) na Alemanha, disse em comunicado: “Esses enterros parecem nos mostrar que esses indivíduos foram cuidados e apreciados como parte de suas sociedades antigas. Neste momento, não podemos dizer porque encontramos tantos casos nestes locais”.

"Mas, sabemos que pertenciam às poucas crianças que receberam o privilégio de serem enterradas dentro das casas após a morte. Isso já é um indício de que eles eram vistos como bebês especiais”, incluiu. 

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Fonte: Redação Byte
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