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Crianças que moram próximo a aeroporto são contaminadas com chumbo

O chumbo costumava ser adicionado ao combustível de aeronaves, mas no século 20 descobriu-se que fazia mal à saúde humana

10 jan 2023 - 14h11
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Vários países, incluindo o Reino Unido e os EUA, tiveram pequenas aeronaves autorizadas a continuar usando o chumbo
Vários países, incluindo o Reino Unido e os EUA, tiveram pequenas aeronaves autorizadas a continuar usando o chumbo
Foto: Pixabay

Um estudo feito com crianças que moram perto de um pequeno aeroporto na Califórnia (EUA) detectou que elas possuíam níveis preocupantes de chumbo no sangue.

O pesquisador Sammy Zahran, da Universidade Estadual do Colorado, junto com sua equipe, analisou um banco de dados de mais de 14.000 amostras de sangue de crianças com menos de seis anos que vivem a 2,4 km de distância do aeroporto Reid-Hillview, na Califórnia. 

O estudo, realizado entre 2011 e 2020, ajudou a equipe a descobrir que quanto mais perto do aeroporto, maiores eram as possibilidades de um nível de chumbo no sangue superior a 4,5 microgramas por decilitro. A Califórnia definiu esse como um limiar preocupante. 

Esse valor também é parecido com o limite recomendado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, de 3 microgramas por decilitro; e ao estabelecido pelas autoridades de saúde pública do Reino Unido, de 5 microgramas por decilitro. 

No período entre fevereiro e julho de 2020, quando menos voos ocorreram por conta da covid-19, os níveis de chumbo registrados no sangue das crianças foram menores. Isso implica na afirmação de que os altos registros do metal estão relacionados às emissões durante os voos, causando poluição do ar. 

Embora seja difícil calcular, Zahran afirma que "as crianças que residem dentro de 0,5 a 1,5 quilômetro apresentam risco elevado" devido à alta detecção do metal no organismo. A pesquisa deve impulsionar pedidos pela troca do aditivo do chumbo por outros alternativas.

Sabemos que faz mal há mais de um século

 No período entre fevereiro e julho de 2020, quando menos voos foram feitos por conta da covid-19, os níveis de chumbo registrados no sangue das crianças foram menores
No período entre fevereiro e julho de 2020, quando menos voos foram feitos por conta da covid-19, os níveis de chumbo registrados no sangue das crianças foram menores
Foto: Pixabay

O chumbo costumava ser adicionado ao combustível de aeronaves para melhorar o desempenho do motor. Mas no século 20, percebeu-se que a presença desse elemento no ambiente acarretava em consequências negativas para a saúde humana, incluindo a morte de células cerebrais. 

Depois disso, o metal foi excluído do combustível da maioria dos veículos e até de substâncias como a tinta. Porém, vários países, incluindo o Reino Unido e os EUA, autorizaram pequenas aeronaves a continuar usando o chumbo. Hoje, esse tipo de veículo é responsável por dois terços da poluição por esse metal nos EUA. 

Fonte: Redação Byte
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