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Cuba exige que EUA acabem com 'ações ilegais'

4 abr 2014 - 05h25
(atualizado às 05h28)
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O governo de Raúl Castro exigiu nesta sexta-feira que os Estados Unidos interrompam suas ações "ilegais e secretas" contra Cuba, em uma reação oficial ao caso da rede social para telefones celulares, o "Twitter cubano", promovido no país caribenho pela Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês) dos americanos.

"Esta é mais uma demonstração que o governo dos Estados Unidos não abdicou de seus planos subversivos contra Cuba, que têm como propósito criar situações de desestabilização para provocar mudanças em nosso ordenamento político e para os quais continuam dedicando orçamentos multimilionários a cada ano", denunciou o governo cubano através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Cuba pediu na nota que os Estados Unidos respeitem o Direito Internacional, assim como os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas. O comunicado está assinado por Josefina Vidal, diretora-geral de Assuntos Norte-americanos da Chancelaria cubana.

Havana exige que Washington interrompa "suas ações ilegais e secretas contra Cuba, que são rechaçadas pelo povo cubano e pela opinião pública internacional". Os Estados Unidos confirmaram ontem que lançaram uma rede social em Cuba em 2010, que esteve em funcionamento por dois anos com o objetivo de aumentar o acesso dos cubanos à informação.

A explicação de Washington aconteceu depois que uma agência de notícias americana revelou a existência desse projeto supostamente clandestino e denominado "ZunZuneo", cujo objetivo era criar uma espécie de "Twitter cubano", uma rede social de mensagens através de telefones celulares para fomentar a dissidência entre os jovens do país caribenho.

Marie Harf, porta-voz adjunta do Departamento de Estado dos EUA, negou que se tratasse de um programa secreto e garantiu que o mesmo foi desenvolvido de maneira "discreta" devido ao "ambiente hostil" em relação aos Estados Unidos em Cuba. "Acreditamos que os cubanos necessitam de plataformas para se expressar e decidir como querem que seja seu futuro", afirmou Harf em entrevista coletiva em Washington.

Segundo a agência, o projeto "ZunZuneo" começou em 2009 com a obtenção de 500 mil números de telefones celulares de Cuba, e a Usaid e seus contratados ocultaram os vínculos de Washington com o projeto, com a criação de empresas de fachada em países como a Espanha e o uso de uma conta bancária nas Ilhas Cayman.

As hostilidades entre Estados Unidos e Cuba já duram mais de cinco décadas, desde o triunfo da revolução cubana, e os países não têm relações diplomáticas desde 1961, apenas escritórios de representação em Washington e Havana, estabelecidos em 1977.

EFE   
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