De leitor de suor a antioverdose: as futuras tecnologias para monitorar saúde
Novos aparelhos são capazes de obter diversas informações sobre o organismo a partir do contato com a pele
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) anunciaram nesta semana o desenvolvimento de um novo sensor vestível. Quando aplicado à pele humana, ele detecta, por meio do suor, os níveis de diversos nutrientes. A pesquisa foi publicada na revista científica "Nature Biomedical Engineering".
Esse sensor não é o único vestível criado em prol da saúde humana. Pesquisas em desenvolvimento já testam aparelhos que, em contato com o corpo, podem monitorar com eficiência a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio no sangue, o nível de estresse e até a qualidade do sono, podendo ir além do que fazem hoje os atuais smartwatches. Veja abaixo algumas dessas invenções.
Sensor que detecta nutrientes por meio do suor
Segundo os pesquisadores da Caltech, o novo sensor pode detectar todos os nove aminoácidos essenciais ao corpo, além de várias vitaminas. No estudo, os cientistas explicam que o sensor se baseia em polímeros com “buracos” que têm a forma exata das moléculas da substância que desejam detectar, como a glutamina. Ele, então, é posto em contato com a pele humana, sob uma tensão elétrica baixa.
Durante o processo, as moléculas de glutamina, por exemplo, começam a “entupir” os buracos, fazendo com que menos suor entre em contato com a camada interna do produto, gerando um sinal elétrico mais fraco. Assim, monitorando os sinais elétricos, é possível deduzir quanta glutamina está presente no suor: quanto mais glutamina, mais fraco é o sinal elétrico.
Até agora, a tecnologia foi testada em humanos em ambiente laboratorial. Os cientistas pretendem continuar à pesquisa expandindo os testes clínicos.
Tatuagem que monitora o coração
O Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coréia (KAIST), na Coreia do Sul, desenvolveu uma "tinta de tatuagem eletrônica" feita de metal líquido e nanotubos de carbono, capaz de monitorar os batimentos cardíacos e outros sinais vitais de saúde. Ela cria um circuito elétrico na pele que pode ser vinculado a aparelhos e eletrocardiogramas (ECG) para monitorar a atividade cardíaca, sensores que analisam o suor, além de atuar como aquecedores para fins fisioterapêuticos.
Sensor flexível que analisa frequência cardíaca
Cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, criaram um chip maleável para aplicação na pele humana. Produzido a partir de polímeros usados na construção de semicondutores e transistores, o sensor se adapta bem aos movimentos do corpo e é capaz de ler e processar dados como a frequência cardíaca sem precisar enviar as informações para um computador externo.
Aparelho injeta substância para evitar morte por overdose
Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveram um aparelho direcionado a dependentes químicos de opioides. O aparelho, que tem o objetivo de evitar a morte por overdose, é capaz de identificar se a pessoa está respirando. Se não estiver, ele libera naloxona, droga indicada para o tratamento de emergência de intoxicação aguda por opioides.
Sensores feitos de material presente em CDs
Uma pesquisa publicada na Nature Communications mostra que é possível desenvolver sensores para aplicação na pele humana a partir das camadas de ouro extremamente finas encontradas em alguns tipos de CDs. Os cientistas as utilizaram como matéria-prima para a fabricação de biossensores que monitoram, por exemplo, níveis de lactato (substância produzida na aeróbica), glicose e oxigênio.
Vestível transforma calor do corpo humano em energia
Um novo vestível, desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, usa o calor corporal como fonte de energia. Flexível, ele pode ser usado como anel ou pulseira e gera somente um volt de tensão elétrica. Embora não seja muito, é o suficiente para alimentar eletrônicos pequenos, como relógios ou pulseiras que monitoram atividade física.