Deepfake mostra Bolsonaro pedindo voto a Marçal; vídeo pode ser crime eleitoral
Caso seja descoberto que o conteúdo é resultado de uma campanha oficial, isso poderá resultar na cassação da chapa de Marçal
Vídeo viralizado mostra ex-presidente Jair Bolsonaro pedindo votos ao candidato à prefeitura de SP através de deepfake, levantando preocupações sobre o uso de inteligência artificial nas Eleições 2024.
Um vídeo recentemente viralizado nas redes sociais tem gerado preocupações sobre o uso de inteligência artificial (IA) nas Eleições 2024.
O material, que exibe o ex-presidente Jair Bolsonaro pedindo votos ao candidado à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal, é um exemplo de como a tecnologia de deepfake pode ser utilizada para manipular informações e enganar o público.
O apoio do ex-presidente, no entanto, é para o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB). Esse tipo de fraude digital não apenas põe em risco a segurança empresarial, mas também ameaça a justiça eleitoral.
O deepfake, uma técnica de IA que permite alterar vídeos e fotos de forma extremamente realista, já foi usado para clonar as imagens e vozes de figuras públicas, como as cantoras Anitta e Taylor Swift e o jornalista William Bonner.
Em outro caso recente, fora do Brasil, o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump compartilho fotos e vídeos de Taylor Swift declarando apoio à sua candidatura. O conteúdo, no entanto, foi gerado por inteligência artificial.
Quem diria, o líder do gabinete do ódio sendo vítima de fake news. Esse vídeo fake está circulando nas redes sociais como se Bolsonaro estivesse apoiando Pablo Marçal. “Sempre é possível encontrar alguém mais maluco que a gente”. pic.twitter.com/yeV154PXKK
— Thiago Bagatin (@ThiagoBagatin) August 26, 2024
Justiça
Em decisões mais recentes, a Justiça brasileira começou a traçar limites para o uso dessa tecnologia, estabelecendo punições para o emprego de imagens modificadas em campanhas eleitorais.
No início do ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou resoluções que proíbem o uso de inteligência artificial para criar materiais de campanha destinados a difamar candidatos adversários.
A utilização da tecnologia, no entanto, é permitida apenas quando utilizada para beneficiar o próprio candidato que a emprega, e o conteúdo gerado deve deixar claro que foi produzido com o auxílio de tecnologia de IA.
O vídeo que circula nas redes em que Bolsonaro solicita votos para Marçal ainda não tem uma autoria definida. Apesar disso, caso seja descoberto que o conteúdo é resultado de uma campanha oficial, isso poderá resultar na cassação da chapa envolvida.