Demissões no Twitter atingem equipe responsável por combater desinformação nos EUA
Funcionários da empresa esperam uma redução de pelo menos 50% do quadro
As demissões em massa de funcionários do Twitter iniciadas nesta sexta, 4, afetaram também a equipe americana responsável pelo monitoramento das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos (midterms), responsáveis por eleger deputados e senadores federais e o segundo principal evento do calendário democrático americano. Outras áreas da companhia também foram afetadas pelos cortes, como ética e segurança.
Ao todo, espera-se que, nos próximos dias, Elon Musk conclua a demissão de metade ou até 75% dos 7,5 mil funcionários do Twitter. No Brasil, times inteiros estão em suspenso, sem saberem se estão demitidos — motivo pelo qual ainda não é possível mensurar o impacto por aqui.
Segundo a revista Forbes americana, os funcionários da equipe de moderação que não foram demitidos perderam acesso a ferramentas críticas para realizar a moderação de conteúdo, que inclui marcar posts ofensivos ou de discurso de ódio. Ainda assim, um funcionário declarou à publicação que "mesmo com todo esse barulho, ainda estamos com um preparo melhor do que nas eleições (americanas presidenciais) de 2020?, disse, citando recursos de automação desenvolvidas desde então.
O time de curadoria foi extinto a nível global, segundo ex-funcionários publicaram na rede social. "Esse pessoal era responsável por atacar a desinformação, contextualizar as conversas pela página 'Explorar' e ajudar a tornar o Twitter uma fonte inequiparável para as notícias urgentes", tuitou o jornalista Richie Assaly, do Toronto Star. "Isso fará do Twitter um lugar mais barulhento, perigoso e menos interessante."
Demissões em massa no Twitter
Na última quinta, funcionários da empresa foram notificados por e-mail sobre a possibilidade de desligamento do Twitter nas horas seguintes. Pela manhã, a notícia se concretizou e o Twitter acordou com inúmeros depoimentos de ex-funcionários espalhados pela rede social.
A única declaração de Elon Musk veio através de um tuíte. O bilionário citou uma queda de receita da empresa, culpando a pressão de ativistas nos anunciantes para interromper as publicidades pagas, "apesar de que nada mudou com a moderação do conteúdo."
"O Twitter teve uma queda massiva em receita, devido aos grupos de ativistas fazendo pressão em anunciantes, mesmo que nada tenha mudado com moderação de conteúdo e que tenhamos feito tudo o que pudemos para apaziguar os ativistas. Totalmente zoado! Eles estão tentando destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos.", publicou Musk.
Twitter has had a massive drop in revenue, due to activist groups pressuring advertisers, even though nothing has changed with content moderation and we did everything we could to appease the activists.
Extremely messed up! They're trying to destroy free speech in America.
— Elon Musk (@elonmusk) November 4, 2022