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Dia dos namorados: as cinco linguagens do amor existem mesmo?

Professor da UFF alerta que linguagens do amor podem ser boa ferramenta, mas não devem ser regra de análise das relações

14 fev 2023 - 17h38
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O que são as "cinco linguagens do amor", afinal?
O que são as "cinco linguagens do amor", afinal?
Foto: Unsplash

Grande parte do ocidente comemora nesta terça-feira (14) o dia de São Valentim (Valentine's Day, no inglês), que tem como equivalente o Dia dos Namorados, em 12 de junho. Diferenças históricas e culturais levam diversos povos a escolher ganchos e dias variados para celebrar a vida com a pessoa amada. No entanto, será que divergências também podem nos fazem enxergar o próprio amor por meio de linguagens distintas?

Para o autor e pastor batista Gary Chapman é possível. Se você não conhece o nome da figura, talvez conheça o termo cunhado por Chapman que se popularizou a partir de um best-seller dos anos 90: "as cinco linguagens do amor".

Ele acredita que nem todos são capazes de demonstrar e reconhecer amor da mesma maneira. Em termos gerais, sua obra divide o amor em cinco tipos de expressões diferentes:

  • Atos de serviço: consiste no prazer em oferecer ajuda, auxílio e cuidados para a pessoa querida, assim demonstrando sentimento. Exemplos: cuidar da casa, cozinhar um jantar, dar uma carona;
  • Presentes: é a linguagem da pessoa que se sente amada e valorizada ao receber um presente, aplicando a mesma lógica na hora de presentear quem ela ama. O que vale é a intenção, e não o valor monetário;
  • Tempo de qualidade: essa linguagem está relacionada a dedicar energia e atenção para fazer coisas agradáveis com seu parceiro, que não envolvam outros compromissos da vida fora do relacionamento. Exemplos: sair para jantar, dar uma volta no parque, ver um filme;
  • Toque físico: quem tem essa linguagem do amor entende que o sentimento é transmitido através de toques como abraços, beijos, carinhos ou até um simples cafuné após um dia cansativo; 
  • Palavras de afirmação: quem ouve o amor ser verbalizado se sente confiante, amado e valorizado, sendo a fala o grande vetor para demonstrar o sentimento.

Mas afinal, o que a ciência diz sobre isso?

Isso depende. Maycon Torres, professor de psicologia clínica e saúde mental na Uinversidade Federal Fluminense, explicou ao Byte que a proposta das cinco linguagens do amor é "uma abordagem válida para repensarmos como nos comunicamos e relacionamos com parceiros, que podem ter necessidades diferentes das nossas. Entretanto, ainda não existem evidências capazes de tornar o conceito uma "regra universal"

"Existem alguns estudos na neurociência que corroboram com isso, mas temos que tomar cuidado, pois a forma com que o assunto é propagado acaba fazendo com que tudo vire uma receita ou protocolo. Isso pode se tornar um instrumento de manipulação para obter do outro um certo tipo de resposta esperada", diz.

Segundo o psicólogo, a perspectiva das palavras de afirmação tem como base uma comunicação mais positiva, com elogios e menos críticas diretas, o que pode ajudar a "reduzir a defesa da outra pessoa e fazer com que ela aceite mais a opinião do outro".

"Pensando no tempo de qualidade, é realmente algo que devemos cuidar mais. Quando pessoas decidem fazer atividades juntas, é importante estarem no mesmo foco, e atualmente o grande problema disso são os smartphones", pontua. 

A ideia dos presentes, por outro lado, acende sinal de alerta.

"Estabelecer a troca de presentes pode retroalimentar um componente de dívida com relação a outra pessoa. Quando uma pessoa recebe um presente, de certa maneira, ela tenta compensar. Se não houver cuidado, isso pode aumentar estresse e ansiedade na relação", diz Torres.

O contato físico também é outro ponto de cuidado, segundo o especialista, principalmente no começo da relação, em que as pessoas ainda estão se conhecendo. 

"O toque tem que ser feito de uma maneira gradual. é muito importante ter a perspectiva dos limites das pessoas envolvidas e entender quais são os pontos que são prazerosos e quais não são, o que diz respeito a vivências individuais e histórias de cada um. Uma tendência das redes sociais é estabelecer padrões de quais áreas são mais prazerosas, e não é assim que acontece", diz. 

Fonte: Redação Byte
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